Congresso do PRA-JA Servir Angola vai definir posição sobre o futuro da FPU
O congresso constitutivo do PRA-JA Servir Angola, além de eleger o presidente, vai definir uma visão e posição política sobre o futuro da Frente Patriótica Unida (FPU), que reúne vários partidos da oposição angolana, disse hoje o coordenador-geral e candidato à liderança.

Abel Chivukuvuku, que falava na abertura dos trabalhos do congresso, referiu que durante quatro dias, os delegados ao congresso vão concentrar as atenções na substituição dos órgãos provisórios por órgãos definitivos e a sua adequação aos estatutos deste partido, legalizado em outubro de 2024.
Segundo Abel Chivukuvuku, que concorre à liderança do partido com Francisco Nkanga, além de eleger o presidente e os vice-presidentes do partido, o congresso tem como objetivo ajustar os indicadores essenciais da estratégia para o período eleitoral em 2027.
Este congresso que vai eleger o primeiro presidente do PRA-JA Servir Angola, prosseguiu Abel Chivukuvuku, deverá traçar uma agenda global para a obtenção de recursos materiais e financeiros, para a implementação da agenda política 2025-2027 e também para a campanha eleitoral de 2027.
“Deverá definir uma visão e posição política sobre o futuro da Frente Patriótica Unida (FPU)”, disse Abel Chivukuvuku sobre esta plataforma política criada para as eleições gerais de 2022, que é coordenada pela União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido da oposição angolana, integrando o agora partido PRA-JA Servir Angola, o Bloco Democrático e membros da sociedade civil.
Quanto à visão externa, o candidato à liderança do PRA-JA Servir Angola referiu que o congresso vai também definir uma agenda de relações internacionais, baseada em princípios, valores e reciprocidade de interesses, além da adesão a uma família política internacional.
Sobre a situação política, económica e social de Angola, o mentor da criação deste partido, apresentado à sociedade angolana, em 2019, disse que o país prestes a comemorar 50 anos de independência continua com “muita coisa” por se fazer.
De acordo com Abel Chivukuvuku, após cinco décadas de independência o país ainda regista fome e “a característica social mais vincada dos angolanos é a pobreza”, com grande parte das pessoas ainda a viver “em pobreza indigente”.
“Cinquenta anos depois do alcance da independência, os jovens vivem o flagelo do desemprego, muitos deles a emigrarem para outras paragens à busca de um futuro melhor, quando deviam ser a alavanca para a construção do nosso país”, salientou.
Relativamente ao Estado democrático do país, Abel Chivukuvuku afirmou que há ainda “um défice” em termos de princípios e valores, considerando que Angola ainda é “um Estado em transição para a democracia” porque falta a presença de alguns atributos democráticos na vida dos angolanos.
Para o político, o país ainda regista “opções económicas erráticas, negligência, corrupção e falta de transparência na governação”.
“O que registamos nos últimos tempos é uma espécie de sobreposição, sai uma equipa, vem outra equipa, mas com o mesmo programa, as mesmas práticas, os mesmos vícios e as mesmas insuficiências”, sublinhou.
Angola comemora a 11 de novembro deste ano 50 anos desde que se tornou independente, contudo, continua a viver “a mentalidade da negação da história”, disse, referindo-se à “dificuldade de reconhecer que houve três líderes que participaram a conquista da independência”.
“Álvaro Holden Roberto, Agostinho Neto e Jonas Malheiro Savimbi”, evocou, considerando que este seria “o momento apropriado” para se prestar tributo a estes históricos do país.
De acordo com Abel Chivukuvuku, este é o momento adequado para a alternância democrática, que não quer dizer “mudança de pessoas”, mas sim de ambição, visão”, que promova o “diálogo, inclusão e a harmonia entre todos.
“Uma mudança de comportamentos, de sensibilidade humana e que realize Angola e os angolanos de forma pacífica, ordeira e democrática”, observou.
NME // ANP
By Impala News / Lusa
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