Conselho de Segurança da ONU antecipa reunião de urgência sobre RDCongo para domingo

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) vai antecipar para domingo a reunião de urgência sobre a escalada do conflito na República Democrática do Congo, onde já morreram vários ‘capacetes azuis’, disseram hoje fontes diplomáticas.

Conselho de Segurança da ONU antecipa reunião de urgência sobre RDCongo para domingo

A reunião tinha sido solicitada pela República Democrática do Congo, agendada por via da França e estava inicialmente prevista para segunda-feira, mas vai agora acontecer às 10:00 de domingo em Nova Iorque (15:00 em Lisboa), sendo esperada a participação do chefe da missão de manutenção de paz no país (Monusco), Bintou Keita.

Hoje, o Presidente francês, Emmanuel Macron, exigiu o fim imediato dos confrontos perto da cidade de Goma, juntando a sua voz a várias outras, como as da União Africana e da União Europeia.

Pelo menos 13 soldados internacionais, ao serviço de missões de paz em apoio ao exército congolês, incluindo da Monusco, foram mortos nos últimos dias em confrontos com o grupo M23, apoiado pelo Ruanda.

Os combates intensificaram-se nas últimas semanas após a suspensão da cimeira de paz prevista para 15 de dezembro em Angola, que deveria contar com a presença dos presidentes congolês e ruandês, Félix Tshisekedi e Paul Kagamé, respetivamente.

Embora as autoridades ruandesas neguem a alegada colaboração de Kigali com o M23, este facto foi confirmado pelas Nações Unidas, tendo o próprio Kagamé manifestado publicamente o apoio aos rebeldes.

Por sua vez, o Ruanda e o M23 acusam o exército congolês de colaborar com os rebeldes das Forças Democráticas pela Libertação do Ruanda (FDLR), grupo fundado em 2000 por líderes do genocídio de 1994 e por outros ruandeses exilados na República Democrática do Congo para recuperar o poder político no país, colaboração também confirmada pela ONU.

Entretanto, a República Democrática do Congo anunciou hoje ter retirado os seus diplomatas da capital ruandesa, “com efeito imediato”.

Em 21 de janeiro, o M23 capturou Minova, uma cidade a 40 quilómetros da capital regional Goma, cortando as vias de abastecimento à população da capital da província, que conta com cerca de dois milhões de habitantes.

O Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, recordou hoje a organização não-governamental Human Rights Watch, informou que o aumento dos combates deslocou 400.000 pessoas nas últimas três semanas, juntando-se aos mais de quatro milhões de deslocados que já se encontram em “condições deploráveis” no leste do país.

“As necessidades humanitárias são enormes”, disse a investigadora principal da Human Rights Watch em África, Clémentine de Montjoye.

TDI (PD/JSD) // TDI

By Impala News / Lusa

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