Portugal quase quadruplica despesa militar desde os anos 90
A despesa militar global quase duplicou desde o início dos anos 90. Em Portugal, no entanto, os custos atribuídos a equipamentos de defesa, pessoal, operações e manutenção praticamente quadruplicou.
Após a pressão de Donald Trump para que a NATO aumente para 5% do PIB as despesas com pessoal, tecnologia e armamento, António Costa, presidente do Conselho Europeu, admitiu, em 29 de janeiro, que os membros da organização aumentem o investimento na Defesa acima dos 2%. “A média do conjunto da despesa militar nos 23 Estados da União Europeia que são também aliados na NATO já atingiu os 2% e, sobretudo, desde 2022 para cá, tivemos um aumento muito significativo”, na ordem dos 30%, afirmou.
Neste contexto, impõe-se a pergunta: Quanto gastávamos nos anos 90 e quanto estamos a gastar atualmente? A despesa militar global quase duplicou desde o início dos anos 90. De acordo com a SIPRI Military Expenditure Database, os custos atribuídos a equipamentos de defesa, pessoal, operações e manutenção chegaram a quase US$ 1,3 mil milhões de dólares em 1993 (1,25 mil milhões de euros) e subiram para quase 2,4 mil milhões de dólares em 2023 (2,3 mil milhões de euros).
No caso de Portugal, e de acordo com os dados constantes na Sipri, em 2023 a despesa para as forças armadas e a Defesa foi de 3,9 mil milhões de dólares (3,76 mil milhões de euros), contra os 1,006 mil milhões de dólares (0,97 mil milhões de euros) – ou seja, praticamente quadruplicou. A região da Ásia e Oceânia é o principal impulsionador desta mudança, tendo aumentado os gastos em 277% entre 1993 e 2023. Enquanto isso, na África e no Médio Oriente, os gastos com defesa aumentaram em 154% no mesmo período.
Como mostra o gráfico no final do texto, mesmo com este crescimento, a região das Américas teve ainda os maiores gastos em 2023, com 967 mil milhões de dólares (932 mil milhões de euros). Na Europa, os gastos militares foram muito maiores em 2023 do que em 1993, 2003 ou 2013. O crescimento é atribuído principalmente à guerra na Ucrânia.
De acordo com a Sipri, os maiores investidores em defesa em 2023 foram os Estados Unidos da América (916 mil milhões de dólares [882,85 mil milhões de euros] – 37% do total mundial), China (296 mil milhões – 12%), Rússia (109 mil milhões – 4,5%), Índia (83,6 mil milhões – 3,4%) e Arábia Saudita (75,8 mil milhões – 3,1%). A Ucrânia tornou-se no oitavo maior investidor militar em 2023, com 64,8 mil milhões de dólares (62,46 mil milhões de euros) – 2,7% dos gastos globais).
Statista
Siga a Impala no Instagram