EUA e China retomam conversações militares para aliviar tensões
As autoridades de Defesa dos EUA e da China reuniram-se esta semana para discutir incidentes agressivos com navios e aeronaves entre as duas forças na região do Pacífico e aliviar as tensões entre as duas superpotências.
A reunião – que aconteceu na quarta e quinta-feira no estado norte-americano do Havai, reiniciando um diálogo que a China tinha encerrado, por causa do diferendo sobre Taiwan – ocorreu no momento em que Washington e Pequim trabalham para expandir as comunicações bilaterais e aliviar as crescentes tensões.
O degelo nas relações entre os dois países teve início em novembro passado, quando o presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente da China, Xi Jinping, se reuniram à margem da cimeira de Cooperação Económica Ásia-Pacífico, em São Francisco.
Outras conversações de alto nível continuaram, incluindo uma conversa telefónica no início desta semana entre Biden e Xi, e uma visita à China da secretária do Tesouro, Janet Yellen, que começou na quinta-feira.
A reunião desta semana centrou-se sobretudo nos incidentes que envolveram forças militares dos EUA e da China, envolvendo chefias do Comando Indo-Pacífico, da Frota do Pacífico, das Forças Aéreas do Pacífico, pelo lado dos EUA, e, pelo lado da China, do Exército de Libertação Popular.
Esta foi a primeira vez desde 2019 que a reunião foi realizada presencialmente, tendo havido um encontro virtual em 2021, durante a pandemia de covid-19.
“Comunicações abertas, diretas e claras com o Exército de Libertação Popular — e com todas as outras forças militares da região — são de extrema importância para evitar acidentes e falhas de comunicação”, disse o chefe da delegação dos EUA, coronel Ian Francis.
Francis, que é o diretor de política do Nordeste Asiático no Comando Indo-Pacífico dos EUA, disse que os EUA estão encorajados pelo facto de o Exército de Libertação Popular estar a honrar os seus compromissos com o acordo marítimo.
Em outubro passado, o Pentágono divulgou imagens de algumas das mais de 180 interceções de aviões de guerra dos EUA por aeronaves chinesas nos dois anos anteriores.
As autoridades militares disseram que este número era superior ao valor total da década anterior — uma tendência que consideraram preocupante.
Num caso ocorrido no ano passado, um piloto chinês voou a três metros de um B-52 da Força Aérea dos EUA, que conduzia operações de rotina sobre o Mar do Sul da China, no espaço aéreo internacional.
Entretanto, o Ministério da Defesa da China criticou os EUA pelo que chama de interferência tanto em Taiwan como no Mar do Sul da China, acusando as vendas de armas norte-americanas a Taiwan de estarem a tornar a situação mais perigosa.
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By Impala News / Lusa
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