Ex-presidente deposto da Coreia do Sul Yoon Suk-yeol acusado de abuso de poder
O Ministério Público da Coreia do Sul anunciou que acusou o ex-Presidente deposto Yoon Suk-yeol do crime de “abuso de poder” devido à imposição da lei marcial em dezembro

O MP disse num comunicado que “investigações posteriores sobre abuso de poder levaram a esta acusação adicional”, a juntar à acusação de insurreição, apresentada em janeiro
Os procuradores sul-coreanos referiram que não solicitaram a prisão preventiva do ex-chefe de Estado, que foi formalmente deposto pelo Tribunal Constitucional no início de abril.
Na quarta-feira, os procuradores invadiram a casa de Yoon em Seul, no âmbito de uma investigação separada sobre um xamã acusado de receber presentes de luxo cuja destinatária final seria a antiga primeira-dama Kim Keon-hee.
De acordo com a agência de notícias pública sul-coreana Yonhap, o xamã Jeon Seong-bae terá recebido um colar de diamantes, uma mala de luxo e ginseng, um produto popular na Coreia do Sul que pode custar milhares de euros.
Em 16 de abril, a polícia sul-coreana fez buscas no gabinete presidencial e no complexo da residência presidencial de Yoon, como parte de uma investigação à “alegada obstrução à execução de um mandado de detenção”.
Dois dias antes, o ex-presidente começou a ser julgado por insurreição, uma acusação que pode resultar numa condenação a prisão perpétua ou mesmo à pena de morte.
Yoon negou ter cometido qualquer ato de insurreição durante a tentativa de impor a lei marcial em dezembro.
“Descrever um acontecimento que durou apenas algumas horas, que não foi violento, e concordar imediatamente em descrever o pedido de dissolução da Assembleia Nacional como uma insurreição (…) parece-me juridicamente infundado”, declarou Yoon perante o Tribunal Central de Seul.
O MP acusa Yoon de “querer provocar uma revolta, com o objetivo de derrubar a ordem constitucional”, salientando que a lei marcial foi preparada com antecedência e que foram dadas ordens ao exército para cortar a eletricidade e partir as janelas do Parlamento.
Na noite de 03 para 04 de dezembro, Yoon impôs de forma inesperada a lei marcial, enviando o exército para bloquear o parlamento, dominado pela oposição.
No entanto, poucas horas mais tarde, um número elevado de deputados conseguiu reunir-se para votar pelo levantamento da lei marcial, numa crise que apanhou o país de surpresa.
Se for condenado, Yoon será o terceiro antigo presidente da Coreia do Sul a ser condenado por insurreição, depois de Chun Doo-hwan e Roh Tae-woo, em 1996, por um golpe de Estado efetuado em 1979.
A Coreia do Sul realizará eleições presidenciais antecipadas a 03 de junho.
O favorito é Lee Jae-myung, candidato do principal movimento da oposição, o Partido Democrata, que, em 26 de março, foi absolvido de uma condenação por corrupção ligadaa a um projeto de desenvolvimento urbano que ameaçava desqualificá-lo.
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By Impala News / Lusa
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