Governo analisa todas as opões de pagamento de horas extra aos médicos

A ministra da Saúde disse hoje que todas as opções de pagamento de horas extraordinárias aos médicos estão em cima da mesa, inclusive cobrar menos impostos por hora extra e pagar através de sociedades unipessoais.

Governo analisa todas as opões de pagamento de horas extra aos médicos

Estas possibilidades são defendidas hoje, num artigo publicado no Jornal de Notícias, pelo coordenador do Plano de Emergência e Transformação da Saúde, Eurico Castro Alves, que considera que esta seria uma forma de acabar com a “situação indigna e ridícula da taxação em 50% das horas extraordinárias”.

Questionada pela Lusa sobre estas possibilidades, Ana Paula Martins respondeu: “Estamos a analisar todas as hipóteses. (…) Não temos as portas fechadas. Nem nós, nem o Ministério das Finanças”.

“É preciso lembrar que se trata de trabalho suplementar e nós também não estamos aqui para estimular o trabalho suplementar de uma forma intensa, porque os nossos profissionais também precisam descansar e também precisam de estar em condições de segurança. Mas é óbvio que nós precisamos muito desse trabalho suplementar”, afirmou.

A governante acrescentou que, neste contexto, é preciso “fazer algo que seja obviamente adequado àquilo que está previsto no modelo de contratação dos profissionais de saúde”.

No artigo hoje publicado no JN, Eurico Castro Alves defende a dupla contratação e a redução da taxa da hora extraordinária, afirmando: “Casos há em que um profissional de saúde termina o seu horário de trabalho e não se sente motivado para fazer horas extraordinárias no seu próprio hospital, porque sabe que se trabalhar seis horas, apenas lhe serão remuneradas três”.

“Porque não permitir que permaneça a trabalhar no seu hospital através da sua empresa unipessoal? Porque não permitir que depois de um certo número de horas a taxação seja reduzida de 50% para 20%?”, questiona.

Sobre esta matéria, Ana Paula Martins afirmou que tem havido “muita abertura por parte dos membros do Governo, ministros e secretários de Estado, quer da Saúde, quer das Finanças”.

A ministra disse que ainda esta semana vai haver mais uma reunião em que serão analisadas “esta e outras possibilidades”, nomeadamente o valor hora a estabelecer, garantindo que este valor será sempre equivalente ao que é pago aos chamados médicos tarefeiros.

Outro dos incentivos que está a ser analisado é, definindo um numero de horas extra que seja “aceitável e que os médicos e enfermeiros estejam disponíveis para fazer”, podem ser atribuídos dias adicionais – como se fossem folgas -, além de outras componentes ligadas à formação.

“Estamos muito empenhados em fazer tudo o que pudermos para que os nossos profissionais se sintam acarinhados por nós”, concluiu Ana Paula Martins.

SO // FPA

By Impala News / Lusa

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