Governo britânico investiga empresas implicadas no incêndio da Torre Grenfell em Londres

O Governo britânico anunciou hoje o início de investigações a sete empresas de materiais de construção implicadas no incêndio da Torre Grenfell, em Londres, que matou 72 pessoas em 2017.

Governo britânico investiga empresas implicadas no incêndio da Torre Grenfell em Londres

Numa resposta às recomendações de um relatório, publicado em setembro na sequência de um inquérito que durou mais de seis anos, a vice-primeira-ministra, Angela Rayner, criticou o “vergonhoso comportamento mercenário” de algumas empresas que “exploraram o sistema regulatório para evitar responsabilidades, com consequências fatais”.

Nesse sentido, ordenou a investigação a sete empresas para “determinar se estas organizações cometeram alguma infração” ao abrigo da legislação em matéria de contratos públicos.

As empresas são a Arconic, Saint-Gobain (antiga proprietária da Celotex), Exova, Harley Facades, Kingspan Insulation, Rydon Maintenance e Studio E Architects. 

Se for identificada “má conduta profissional”, os seus nomes serão acrescentados a uma “lista de exclusão” que as entidades públicas terão de ter em conta na adjudicação de novos contratos.

O incêndio deflagrou na madrugada de 14 de junho de 2017 num frigorífico num dos primeiros pisos do edifício de 24 andares e alastrou rapidamente devido à combustão do revestimento exterior instalado um ano antes.

A maioria das vítimas morreu encurralada nos apartamentos porque seguiu o conselho dos bombeiros para permanecer no interior, acreditando que as chamas seriam contidas. 

Dez portugueses viviam no edifício e todos sobreviveram, exceto Logan Gomes, bebé nado morto devido à intoxicação com fumo pela mãe, grávida de sete meses na altura.

Em setembro, o primeiro-ministro, Keir Starmer, pediu desculpa “em nome do Estado britânico” e prometeu trabalhar para garantir que esta situação “nunca mais se repetiria”.

Rayner disse hoje que decidiu aceitar todas as recomendações resultantes do inquérito.

Entretanto, a polícia londrina continua a investigar e será com base neste relatório que os procuradores públicos decidirão se devem ou não avançar com um processo judicial.

Mais de sete anos após o incêndio, o Governo confirmou, no início de fevereiro, que a Torre Grenfell seria demolida em breve, contra a vontade de um grupo de antigos residentes e familiares das vítimas, que pretendiam preservar a estrutura carbonizada do edifício como um monumento aos que morreram.

Alguns dos materiais serão preservados para a construção de um memorial no local da catástrofe.

BM

By Impala News / Lusa

Impala Instagram


RELACIONADOS