Governo português nega decisão dos EUA de encerrar consulado em Ponta Delgada

O Governo português negou hoje à Lusa que a administração norte-americana, presidida por Donald Trump, tenha decidido encerrar o consulado de Ponta Delgada, nos Açores, classificando como especulação notícias que davam conta dessa medida no verão.

Governo português nega decisão dos EUA de encerrar consulado em Ponta Delgada

“De acordo com a informação de que dispomos neste momento, não há planos para encerrar o consulado de Ponta Delgada, nos Açores”, afirmou hoje, em resposta à Lusa, fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE).

A mesma fonte da diplomacia portuguesa referiu que “a atual administração americana, como outras que a antecederam, analisaram as embaixadas e consulados que têm espalhados pelo mundo e não foi tomada decisão sobre os postos em Portugal”.

“Assim, quaisquer notícias sobre o assunto são apenas especulação”, acrescentou ainda o MNE, liderada por Paulo Rangel.

O jornal The New York Times noticiou na quinta-feira que o Departamento de Estado norte-americano — equivalente ao MNE – incluiu o consulado de Ponta Delgada, nos Açores, numa lista de 12 representações diplomáticas a encerrar durante o verão.

De acordo com o jornal, que citava funcionários norte-americanos, entre os escritórios consulares afetados estão Ponta Delgada, Florença (Itália), Estrasburgo (França), Hamburgo (Alemanha) e alguns no Brasil.

O plano inclui também o despedimento de cidadãos locais que trabalham para as centenas de embaixadas e consulados dos EUA que apoiam o trabalho do pessoal diplomático, segundo o jornal norte-americano.

“O Departamento de Estado continua a avaliar a nossa postura geral para garantir que estamos mais bem posicionados para enfrentar os desafios modernos em nome do povo americano”, disse um porta-voz do departamento à EFE quando questionado sobre o assunto.

Segundo o site da embaixada norte-americana em Portugal, o consulado em Ponta Delgada como funções principais “manter os laços históricos de parceria e amizade com o povo e governo da Região Autónoma dos Açores de Portugal”, além de “fornecer serviço de alta qualidade aos cidadãos dos EUA nos Açores, salvaguardando a sua segurança e bem-estar” e “aumentar os intercâmbios educacionais, comerciais e culturais entre os EUA e os Açores, especialmente nas energias renováveis e desenvolvimento de tecnologia verde, negócios e turismo”.

Apesar de haver um vice-cônsul nos Açores desde 1790, o consulado dos Estados Unidos nos Açores só foi formalmente estabelecido a 07 de julho de 1795, quando John Street foi promovido a cônsul e, refere a mesma fonte, “desde essa altura que existe um representante dos EUA nos Açores, fazendo com que este seja o mais antigo do mundo em operação contínua”.

Ao longo dos anos, houve agências consulares nas Flores, São Jorge e Terceira. Em abril de 1899, o Consulado foi transferido para Ponta Delgada, permanecendo na Horta uma agência consular, refere ainda a embaixada norte-americana.

Segundo o Times, o encerramento de consulados alinha-se com os planos do bilionário Elon Musk, que o Presidente Donald Trump colocou na liderança do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla inglês), de cortar drasticamente os gastos do governo.

O plano envolve o encerramento de departamentos e programas, demitindo funcionários federais em massa.

Os escritórios consulares tratam de assuntos administrativos, como a emissão de vistos para estrangeiros, e apoiam os cidadãos norte-americanos no estrangeiro.

JH (PDF) // APN

By Impala News / Lusa

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