Huthis alvo de bombardeamentos dos EUA na frente de contacto com tropas iemenitas

Os rebeldes ienenitas Huthis afirmaram hoje que aviões de combate norte-americanos lançaram nas últimas horas pelo menos 25 bombardeamentos contra as suas posições na linha da frente com as forças governamentais internacionalmente reconhecidas do Iémen.

Huthis alvo de bombardeamentos dos EUA na frente de contacto com tropas iemenitas

Segundo a estação de televisão iemenita Al Masirah, um porta-voz do movimento rebelde apoiado pelo Irão afirmou num breve alerta que esta vaga de bombardeamentos visava desde o início da manhã o distrito de Tuhayta, a sul da cidade estratégica de Al-Hudeidah, no Mar Vermelho.  

Segundo a agência EFE, esta é a maior vaga de ataques das forças norte-americanas a um único distrito controlado pelos Huthis desde que Washington lançou uma campanha aérea contra o grupo xiita, a 15 de março, para minar as suas capacidades militares e dissuadi-lo de lançar ataques à navegação comercial no Mar Vermelho.

Os ataques em Tuhayta surgem no meio de relatos de que as forças governamentais iemenitas e os grupos aliados poderão tentar tomar a cidade estratégica aproveitando a cobertura aérea norte-americana.

As chamadas Forças Conjuntas, um grupo de fações armadas anti-Huthis apoiadas pelos Emirados Árabes Unidos (EAU), estão do outro lado de Tuhayta.

Estas forças relataram os ataques no seu site e indicaram que os bombardeamentos americanos visavam locais e quartéis controlados pelos rebeldes em diferentes partes de Tuhayta, concentrando-se nas linhas de frente’ perto das posições do grupo pró-governo.

“Os ataques foram seguidos por explosões sucessivas que abalaram a área, provavelmente causadas por ataques a depósitos de armas Huthis”, de acordo com o movimento armado.

Os ataques ocorrem “numa altura em que os distritos do sul da província testemunharam movimentos significativos dos Huthis nas últimas semanas, incluindo o envio para as áreas de combate de numerosos reforços militares compostos por centenas de combatentes e veículos”, adiantaram as Forças Conjuntas.

Os Huthis “continuaram a intensificar a colocação de minas terrestres em áreas próximas das linhas de frente ao sul de Al Hudeidah”, referiram ainda.

Nos últimos meses, os Huthis reforçaram as suas fortificações a sul de Al-Hudeidah para contrariar qualquer possível ataque terrestre das forças pró-governamentais para retomar a cidade portuária, um dos locais mais estratégicos nas mãos dos rebeldes.

O grupo xiita do Iémen e pró-iraniano iniciou ataques contra a navegação comercial na região do Mar Vermelho em novembro de 2023, para prejudicar economicamente Israel, em alegada solidariedade com o Hamas na guerra na Faixa de Gaza, ao mesmo tempo que lançou dezenas de ataques diretos contra território israelita.

As ações dos Huthis no Mar Vermelho e no Golfo de Aden, uma região vital para a navegação comercial global, levaram ao início de campanhas de bombardeamento no Iémen por parte dos Estados Unidos e do Reino Unido.

No domingo, os bombardeamentos aéreos dos Estados Unidos na capital do Iémen provocaram pelo menos 12 mortos e 30 feridos, no centro da capital Sana, segundo o Ministério da Saúde Huthi num comunicado citado pela agência de notícias oficial dos rebeldes Saba.

No sábado à noite, pelo menos três pessoas morreram e outras quatro ficaram feridas em ataques aéreos norte-americanos contra a capital iemenita.

O exército norte-americano anunciou na quinta-feira que tinha bombardeado e destruído o porto de Ras Issa, controlado pelos Huthis.

O Comando Central dos Estados Unidos (Centcom) indicou em comunicado que destruiu o porto de combustível de Ras Issa, controlado pelos rebeldes, acusados por Washington de usar estas instalações para vender combustível e financiar as suas operações.  

No ataque ao porto de Ras Issa morreram pelo menos 74 pessoas e outras 171 ficaram feridas, de acordo com o Ministério da Saúde dos Huthis.

Os Huthis integram o chamado “eixo de resistência” liderado pelo Irão contra Israel, de que fazem parte outros grupos radicais da região, como o Hezbollah libanês e os palestinianos Hamas e Jihad Islâmica.  

 

PDF (JRS/PL)// RBF

By Impala News / Lusa

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