IL/Convenção: Discussão dominada por “sequestro” do Conselho Nacional pela Comissão Executiva
Vários militantes da IL alertaram hoje, durante a convenção nacional do partido, para o eventual “sequestro” do Conselho Nacional pela Comissão Executiva, caso venha a ser aprovada a proposta de alteração de estatutos apresentada por aquele órgão.
Numa intervenção via zoom, após a pausa para o almoço, Miguel Ferreira da Silva, primeiro presidente da IL, alertou para a possibilidade de um terço do partido poder apropriar-se da Comissão Executiva e do Conselho Nacional.
“Na proposta do grupo de trabalho dos estatutos, com 107 conselheiros nacionais, dos quais 75 eleitos em convenção, basta eleger um terço (25 membros) que com os 25 da comissão executiva e com os novos sete da mesa, passamos a ter a maioria absoluta. Queremos mesmo um partido em que possa um terço do partido apropriar-se de toda a Comissão Executiva e do Conselho Nacional?”, questionou.
O antigo dirigente da IL e um dos subscritor da proposta de alteração dos “Estatutos + Liberais”, da oposição interna, referiu que o papel dos estatutos é possibilitar que todos estejam representados para ajudar os órgãos. “Mas representados, não apenas a aconselhar”, defendeu.
Em defesa da proposta do Conselho Nacional, Miguel Barbosa rejeitou a ideia de haver a hipótese de alguma comissão executiva “tomar de assalto” o partido, por ter assento no conselho nacional.
“Na proposta que é apresentada por nós, não há nenhum ponto que diga respeito à avaliação do trabalho da comissão executiva que se mantenha com o seu voto, e a mais importante de todas é a possibilidade do conselho nacional, sem o voto da comissão executiva, convocar quando entender uma convenção nacional para vos devolver a palavra e decidirem o que é que fazem com ela”, explicou.
Numa outra intervenção, João Caetano Dias, da direção da IL, considerou “perigosíssima” a ideia de “subjugar a Comissão Executiva ao Conselho Nacional” e Bernardete Santos, coordenadora do núcleo da IL de Viseu, considerou que a proposta do Conselho Nacional “desvia-se ainda mais do caminho liberal”, que disse ser necessário para o futuro do partido, colocando em causa a autonomia dos núcleos.
Sob o lema “Sempre a Crescer”, o partido reúne até domingo a sua VIII Convenção Nacional no Europarque, em Santa Maria da Feira, para a qual estão cerca de 1.000 membros inscritos, divididos em formato presencial e remoto.
Nesta reunião magna não eletiva serão aprovados estatutos e programa político.
Um dos temas que divide a atual direção e a oposição é precisamente a alteração dos estatutos, em relação à qual haverá duas propostas em discussão e em votação pelos liberais: uma apresentada pelo Conselho Nacional da IL e uma outra dos opositores internos.
No caso da proposta de alteração de estatutos apresentada pelo Conselho Nacional da IL está prevista a criação da Mesa do Conselho Nacional, um novo órgão, e que a Comissão Executiva passe a ter o poder de aprovar as candidaturas a eleições.
Já a da oposição interna, apresentada pela iniciativa “Estatutos + Liberais”, e assinada por 211 membros entre os quais Tiago Mayan Gonçalves, propõe uma alteração dos estatutos que prevê uma maior descentralização do partido, com mais poderes deliberativos para os núcleos territoriais, e menos poderes para a Comissão Executiva.
JN(JF) // JPS
By Impala News / Lusa
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