Iraque anuncia conferência internacional sobre conflito na vizinha Síria
O Iraque vai organizar uma conferência internacional a realizar em Bagdad sobre o conflito armado na vizinha Síria, anunciou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros iraquiano, Fuad Hussein.
Em conferência de imprensa com os seus homólogos da Síria, Bassam Sabag, e do Irão, Abbas Araqchi, o chefe da diplomacia iraquiana afirmou que o seu país “tomará a iniciativa e será rápido em realizar uma reunião com vários países, e que será em Bagdad para abordar a questão da Síria e a situação desesperada no país”.
A organização da conferência internacional foi suscitada pelos súbitos acontecimentos na Síria, onde decorre uma violenta e rápida ofensiva de rebeldes islamitas contra o regime do Presidente Bashar Al-Assad.
O ministro iraquiano disse que já iniciou contactos diplomáticos com países como a Turquia, os Emirados Árabes Unidos, a Arábia Saudita e o Egito, bem como com outros Estados ocidentais e europeus para procurar uma solução para esta disputa na Síria, devastada por uma guerra civil iniciada há mais de uma década.
“Colocaremos em ação todas as ferramentas diplomáticas para alcançar uma trégua”, declarou.
A iniciativa diplomática, segundo Hussein, visa “alcançar certos entendimentos com os representantes destes países” e dos Estados que também fazem parte do Acordo de Astana, no qual participam os três países garantes do cessar-fogo na Síria: Rússia, Irão e Turquia.
Em setembro de 2017, Rússia, Irão e Turquia patrocinaram o chamado Acordo de Astana, que visava reduzir a intensidade dos combates no terreno para criar as condições para um acordo político que ditasse o fim da guerra civil na Síria, iniciada em 2011.
Moscovo anunciou hoje, por seu lado, que os ministros dos Negócios Estrangeiros da Rússia, do Irão e da Turquia vão realizar uma reunião no sábado, no Qatar, sobre a situação na Síria.
A Rússia e o Irão são os principais aliados do regime da Síria, enquanto a Turquia apoia as fações rebeldes islamitas que iniciaram a atual ofensiva, que já levou à queda das cidades de Alepo e Hama, ambas capitais de província.
“A conferência que desejamos convocar será em Bagdad, simplesmente porque a situação na Síria é importante e nos preocupa. Os três examinámos e discutimos os possíveis cenários, bem como as ameaças, quer dentro quer fora das fronteiras sírias, que preocupam a comunidade iraquiana e outros países vizinhos”, observou Fuad Hussein, que é também vice-primeiro-ministro iraquiano.
Hussein anunciou ainda que o seu país irá liderar a ajuda humanitária à Síria, após altos funcionários de organizações das Nações Unidas terem indicado a partir de Genebra que o recrudescimento do conflito armado poderá provocar a deslocação forçada de 1,5 milhões de pessoas.
Desde que a rebelião dos grupos islamitas recomeçou, já se registam 280 mil civis deslocados devido à nova vaga de violência armada.
HB // SCA
By Impala News / Lusa
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