João Oliveira critica “falta de criatividade” de Cotrim e acusa-o de ter “esqueletos no armário”

O cabeça de lista da CDU às eleições europeias acusou hoje Cotrim de Figueiredo de “falta de criatividade” e de ter “esqueletos no armário”, após o candidato da IL ter apontado semelhanças entre o PCP e o Chega.

João Oliveira critica

Em declarações aos jornalistas a meio de uma arruada no Parque das Nações, em Lisboa, que contou com várias centenas de participantes, João Oliveira foi questionado sobre as declarações do cabeça de lista da Iniciativa Liberal (IL), que considerou que Chega e PCP “têm tanta coisa em comum”.

“Para quem está comprometido na Holanda com um Governo de extrema-direita que acabou de apoiar, convenhamos que é uma forma pouco criativa de sacudir as suas convergências com as forças de extrema-direita, nessas conceções reacionárias que vão infernizando a vida aos povos em toda a Europa”, respondeu João Oliveira.

O candidato comunista defendeu que “a CDU tem muitas provas dadas no combate à direita e à extrema-direita, assuma elas todas as formas que assumir”.

“Portanto, esse tipo de acusações e de ‘guerras de alecrim e manjerona’, de quem tenta livrar-se do seu próprio cadastro, não é matéria em que nós nos comprometemos”, acrescentou.

Interrogado sobre como vê a sugestão de livro que Cotrim Figueiredo lhe fez – “A Conspiração do Kremlin”, da autoria de Joel C. Rosenberg -, João Oliveira disse que, “para quem tem muitos esqueletos no armário”, “não é uma sugestão muito criativa”.

Questionado sobre que livro recomendaria ao candidato da IL, João Oliveira disse: “Eu tenho muitos livros preferidos na minha vida, não sei se encaixam todos no ideário liberal”.

“Mas olhe, dava-lhe uma sugestão, se calhar: ‘As Aventuras de João Sem Medo’ [de José Gomes Ferreira]. É sempre uma boa inspiração e uma belíssima obra literária”, disse.

Nestas declarações aos jornalistas, João Oliveira foi ainda questionado sobre o que é que distingue a CDU de partidos de esquerda como o BE ou o Livre.

Na resposta, o candidato disse que, com a CDU, “o povo sabe exatamente aquilo com que conta”, e não anda “ao sabor da maré e dos ventos”.

“Quando os ventos empurram hoje para mais posições militaristas, aceitando a corrida aos armamentos e a militarização da União Europeia, essa é uma das posições com que os portugueses sabem que, da parte da CDU, não contarão”, disse.

O cabeça de lista da CDU criticou ainda “os partidos ditos de esquerda” que aceitaram “o nivelamento dos salários por baixo”, numa alusão à diretiva dos salários mínimos, elogiada pelo Bloco de Esquerda e Livre.

João Oliveira encabeçou a arruada no Parque das Nações ao lado do secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, rodeado por várias centenas de pessoas que entoavam cânticos como “Europa neoliberal só serve o capital” ou “Precisamos de Portugal com soberania nacional”.

Na arruada, que terminou na Estação do Oriente, onde decorre agora um comício, foi acompanhada pelos dois eurodeputados do PCP, Sandra Pereira e João Pimenta Lopes, da antiga secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, e no final, já perto do lugar do comício, do antigo secretário-geral do PCP Jerónimo de Sousa.

TA // JPS

By Impala News / Lusa

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