Legisladores apoiados por Lula e Bolsonaro lideram parlamento do Brasil
O deputado Hugo Motta, apoiado tanto pelo partido do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva como pelos alinhados com Jair Bolsonaro, vai liderar as câmara baixa do parlamento do Brasil
Brasília, 01 fev 2025 (Lusa) – O senador Davi Alcolumbre e o deputado Hugo Motta, apoiados tanto pelo partido do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva como pelos alinhados com Jair Bolsonaro, vão liderar as duas câmaras do parlamento do Brasil.
Ambos assumiram os cargos no sábado e, por isso, serão fundamentais na tramitação das iniciativas que o Governo de Lula da Silva apresentar ao Congresso nos últimos dois anos de mandato do líder de esquerda.
Embora tanto Alcolumbre como Motta se tenham comprometido a apoiar os projetos promovidos pelo Executivo, disseram também que apoiariam algumas iniciativas da oposição e ofereceram as primeiras vice-presidências nas duas câmaras a aliados de Bolsonaro.
Os novos presidentes das duas câmaras do parlamento do Brasil pertencem a partidos do chamado “centrão”, um grupo de centro-direita que é maioritário no Congresso.
São partidos que apoiaram a administração de Bolsonaro (2019-2022) e que garantem agora uma maioria ao Governo de Lula no Congresso.
Os dois vencedores receberam telefonemas tanto de Lula como de Bolsonaro.
Alcolumbre, que já presidiu ao Senado entre 2019 e 2020, nos dois primeiros anos do Governo de Bolsonaro, conseguiu reunir o apoio de nove dos 12 partidos representados na câmara alta, o que lhe garantiu o voto de 73 dos 81 senadores do Brasil.
O senador do pequeno e pouco povoado estado do Amapá, na Amazónia brasileira, e membro do partido centrista União Brasil venceu por larga margem os senadores Eduardo Girão e Marcos Pontes, dos partidos de direita Novo e Liberal, que disputaram a eleição sem apoio dos seus partidos.
Girão e Pontes obtiveram quatro votos cada.
O novo presidente do Senado contou com o apoio incondicional do líder cessante, Rodrigo Pacheco, que comandou o Congresso entre 2021 e 2024 e foi um importante aliado de Lula no parlamento.
Motta, do Partido Republicano e deputado federal pelo também pequeno estado da Paraíba, tornou-se, aos 35 anos, o mais jovem parlamentar a assumir a presidência da Câmara dos Deputados, cargo estratégico que lhe confere o poder de aceitar ou não rejeitar pedidos de destituição do chefe de Estado.
O novo presidente da câmara baixa recebeu o apoio de 18 partidos, o que lhe garantiu 444 votos dos 513 deputados do país.
O deputado Marcel Van Hattem, do partido de direita Novo, recebeu 31 votos, enquanto o pastor Henrique Vieira, do partido de esquerda Socialismo e Liberdade, recebeu 22.
O novo presidente da Câmara dos Deputados contou ainda com o apoio incondicional do atual presidente Arthur Lira, cujas ligações às forças de centro-direita não o impediram de ser importante na aprovação das iniciativas legislativas nos dois primeiros anos do Governo de Lula.
Tanto Lula como Alcolumbre se comprometeram a votar e apoiar projetos de interesse para o Governo, mas não negam apoio a iniciativas polémicas da oposição bolsonarista, como a discussão de uma eventual amnistia aos condenados pela tentativa de golpe de Estado de 08 de janeiro de 2023.
Apesar da proximidade a Lira, Motta conta também entre os seus mentores políticos parlamentares críticos do Presidente, como o líder do Partido Progressista, Ciro Nogueira, e o ex-deputado Eduardo Cunha, que presidiu à Casa Câmara de Deputados entre 2015 e 2016 e foi responsável pela destituição da então Presidente brasileira Dilma Rousseff.
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By Impala News / Lusa
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