Líder da oposição da Venezuela anuncia que se encontra em “lugar seguro”
A líder da oposição da Venezuela, María Corina Machado, anunciou que está em “lugar seguro”, depois de ter sido detida pelas autoridades do país quando participava numa manifestação na capital, Caracas
“Estou agora num lugar seguro e com mais determinação do que nunca para continuar convosco até ao fim”, escreveu a ex-deputada, na quinta-feira, na rede social X.
A equipa de campanha do candidato presidencial Edmundo González Urrutia começou por denunciar um alegado sequestro de Corina Machado – que mais tarde foi descrito como “retenção” pelos colaboradores da ex-deputada, que participava num protesto em Caracas na véspera da tomada de posse de Nicolás Maduro, agendada para hoje.
Machado escreveu ainda na X que, quando as “forças repressivas do regime” a detiveram, um cidadão foi “baleado e ferido”.
“O meu coração está com o venezuelano que foi baleado e ferido quando as forças repressivas do regime me detiveram”, disse, ao mesmo tempo que prometeu que irá divulgar com mais pormenores o que aconteceu.
“Obrigado a todos os cidadãos que saíram às ruas para reivindicar a nossa vitória de 28 de julho”, acrescentou, em referência às eleições presidenciais, cujo resultado é contestado pela oposição.
O anúncio da libertação foi feito já depois de vários países europeus (Espanha, Itália) e da região (Argentina, Panamá, entre outros), terem exigido a libertação de Machado.
O ministro do Interior, Diosdado Cabello, classificou entretanto de uma “invenção, uma mentira” o anúncio da oposição.
O Comando con Venezuela, uma organização da oposição venezuelana, denunciou a detenção de Corina Machado numa publicação na X, em que afirmou que a ex-deputada foi detida depois de ter sido “intercetada e derrubada da mota em que viajava”.
“No incidente, foram disparadas armas de fogo. Ela foi levada à força. Durante o período em que esteve sequestrada, foi obrigada a gravar vários vídeos, tendo sido posteriormente libertada”, acrescentou.
Corina Machado reapareceu na quinta-feira em Caracas, após 133 dias de clandestinidade, para liderar a mobilização da oposição na capital venezuelana numa manifestação a favor da vitória de Urrutia nas presidenciais, na véspera da data marcada para a posse do Presidente venezuelano.
A opositora garantiu ainda que os próximos dias serão “históricos e decisivos para a liberdade” do país caribenho, no âmbito de um movimento de cidadãos que descreveu como impressionante.
“Estamos, a partir de agora, numa nova fase. Temos estado a preparar-nos para estes dias e estas semanas”, disse Machado aos seus apoiantes.
Para a líder política, “o fim do regime chavista” dependerá do que Urrutia fizer hoje.
Urrutia, que se exilou em Espanha em setembro após ter sido alvo de mandados de captura, anunciou que estará “muito em breve” em Caracas e tem reiterado que tenciona assumir a Presidência do país.
Nicolás Maduro foi proclamado vencedor das presidenciais de 28 de julho, com 52% dos votos, pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), considerado sob controlo do regime no poder.
O CNE não divulgou as atas eleitorais das assembleias de voto, afirmando ter sido vítima de um ataque informático, um argumento considerado pouco credível por muitos observadores.
A oposição, que divulgou atas eleitorais fornecidas pelos seus observadores, garante que o Urrutia (sucessor de Machado, que foi desqualificada pelas autoridades), obteve mais de 67% dos votos.
APL (FPG/PDF/JH) // VQ
By Impala News / Lusa
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