Líder de Taiwan ordena “resposta rigorosa” às manobras da China
O líder de Taiwan, William Lai Ching-te, ordenou aos departamentos de segurança e defesa que respondam “com rigor” às novas manobras militares da China em torno da ilha, informaram fontes oficiais

Em comunicado, a porta-voz da presidência taiwanesa, Karen Kuo, sublinhou que todas as agências envolvidas mantêm “controlo total” sobre estes exercícios, que foram lançados hoje pelo Exército chinês como um “sério aviso” às “forças separatistas” que procuram a “independência” de Taiwan.
Kuo denunciou as recentes “ações unilaterais” de Pequim no Estreito de Taiwan e no Indo-Pacífico por “minarem a segurança e a estabilidade regionais”, aumentarem as tensões e desafiarem “descaradamente” a ordem internacional.
“O Gabinete Presidencial condena veementemente este comportamento, que levou a comunidade internacional a reconhecer amplamente a China como um causador de problemas”, afirmou Kuo, acrescentando que a paz e a estabilidade regionais são uma “responsabilidade partilhada” entre os dois lados do Estreito de Taiwan.
“A determinação de Taiwan em salvaguardar a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan mantém-se inalterada”, afirmou a porta-voz, instando a China “a regressar a uma ordem internacional baseada em regras e a contribuir para a segurança, a estabilidade e o desenvolvimento próspero da região”.
O Comando do Teatro de Operações Oriental das Forças Armadas chinesas anunciou hoje que está a realizar novas manobras em torno de Taiwan, envolvendo unidades do exército, marinha, aviação e força de foguetões para “se aproximarem da ilha a partir de várias direções” e “emitir um aviso sério às forças separatistas que procuram a independência” do território.
“Estes exercícios centram-se principalmente em patrulhas de prontidão de combate mar – ar, ataques a alvos marítimos e terrestres e bloqueios em áreas-chave e rotas marítimas, para testar a capacidade de operações conjuntas das nossas tropas”, afirmou o comando, na rede social chinesa WeChat.
Os exercícios realizam-se duas semanas e meia depois de William Lai ter proferido um dos seus discursos mais duros contra a China, anunciando 17 medidas, incluindo a restauração de tribunais militares e uma análise rigorosa das visitas de cidadãos chineses a Taiwan, para contrariar a que descreveu como uma campanha de “infiltração” de Pequim em território taiwanês.
Pela primeira vez, ele classificou a China como “força externa hostil”, o que foi interpretado por alguns analistas como uma mudança nas políticas defendidas pela sua antecessora, Tsai Ing-wen (2016-2024), e como uma tentativa de alterar o estatuto de Taiwan.
JPI // VQ
By Impala News / Lusa
Siga a Impala no Instagram