Livro Verde pede mais rigor na avaliação dos riscos profissionais

O Livro Verde do Futuro da Segurança e Saúde no Trabalho pede mais rigor técnico no que diz respeito à avaliação dos riscos profissionais e a criação de uma plataforma onde os empregadores devem introduzir fatores de risco.

Livro Verde pede mais rigor na avaliação dos riscos profissionais

Entre as mais de 80 recomendações apresentadas pela comissão que elaborou o Livro Verde, a que a Lusa teve acesso, está o aumento do “rigor técnico da avaliação dos riscos profissionais”.

Para isso, é apontada a utilização de metodologias específicas ou mais adequadas às situações, que incluam, quando se justifique, medições e que sejam direcionadas para cada atividade específica, equipamento, grupo de trabalho, área de produção ou atividade.

No capítulo das obrigações do Estado, é proposta a criação de uma plataforma eletrónica, na qual os empregadores devem introduzir fatores de risco, avaliações de risco, relatórios, medidas de prevenção implementadas, o plano anual de prevenção de riscos profissionais, bem como os planos de prevenção/intervenção exigidos pela legislação.

Somam-se os exames de vigilância da saúde, efetuados mensalmente, as fichas de aptidão, os programas de formação e outras informações para a promoção da saúde e segurança no trabalho.

Esta plataforma deve permitir que os serviços de promoção e inspeção da segurança e saúde no trabalho verifiquem o cumprimento das obrigações do empregador.

Por outro lado, é recomendada a uniformização do formulário de notificação obrigatória de acidente mortal ou de acidente que evidencie uma lesão grave, entre as companhias de seguros, a inspeção do trabalho e a agência para a segurança e saúde no trabalho.

Os peritos sugerem ainda a aprovação de guias para a avaliação dos riscos, a criação de protocolos de vigilância da saúde para a exposição a fatores de risco de cancro profissional e a retoma da publicação de manuais setoriais de segurança e saúde no trabalho, que devem informar sobre os fatores de risco e medidas de prevenção “intrínsecos a cada setor de atividade”.

O Livro Verde, que se encontra em discussão com os parceiros sociais, em sede de Concertação Social, propõe igualmente que o país seja dotado de capacidade de recursos institucionais de reabilitação e reintegração profissional e que sejam desenvolvidos protocolos com a direção executiva do Serviço Nacional de Saúde no âmbito da saúde no trabalho, que permitam a segurança e saúde no trabalho nas microempresas e para os trabalhadores independentes.

Segundo o mesmo documento, é recomendada a obrigatoriedade de as empresas ou organismos da Administração Pública “só poderem contratar empresas prestadoras de serviços de apoio”, como limpeza, restauração ou reparação, que evidenciem serviços de segurança e saúde no trabalho para os seus funcionários.

É também pedida a introdução de programas com incentivos para empresas que adotem boas práticas nestas matérias, como a integração de novas tecnologias.

Acresce a promoção de “um trabalho mais humanizado e digno, que valorize a segurança e a saúde dos trabalhadores e respeite as premissas de bem-estar, sustentabilidade e adequação da tecnologia às características e necessidades dos trabalhadores”.

PE // EA

By Impala News / Lusa

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