Logística para a visita do Papa a Timor-Leste “é um pesadelo” — PR

O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, admitiu que a logística para a visita do Papa, no início de setembro, “é um pesadelo”, mas acredita que vai correr tudo bem porque “os timorenses trabalham melhor sob pressão”.

Logística para a visita do Papa a Timor-Leste

Em entrevista à agência Lusa a propósito dos 25 anos do referendo que levou à independência de Timor-Leste, que se assinalam em 30 de agosto, o chefe de Estado referiu como exemplos complicados da logística, além do espaço limitado em Díli, as dificuldades de garantir as condições básicas aos timorenses que vão rumar à capital para ver o Papa.

“O Governo tem de estar preparado, equipado, para fornecer água para as pessoas porque com o calor, horas e horas, dias, desidratação. Saneamento, Díli não tem balneários públicos, tem um ou outro e vão ser precisos”, tal como comida.

O executivo timorense estima que nos três dias da visita de Francisco, de 09 a 11 de setembro, a capital timorense acolha cerca de 700 mil pessoas.

“Nós, de uma maneira geral, os timorenses, trabalhamos melhor sob pressão, quando não há pressão, quando falta um ano ou dois, em vez de começar a preparar, [o timorense] fica à espera”, disse.

No entanto, referiu que o Governo “não tem poupado esforços e movimentação de dinheiro”, considerando que “as infraestruturas estão a andar muito bem” e que “a própria equipa técnica da Santa Sé está impressionada com a mobilização timorense”.

Na quarta-feira, o ministro da Administração Estatal timorense, Tomás Cabral, disse à Lusa que os preparativos para a visita do Papa estão em “mais de 90 por cento” concluídos e que em Tasi Tolo, na zona ocidental de Díli, onde vai decorrer a homilia, no dia 10 de setembro, está tudo pronto.

O Governo aprovou, em fevereiro, uma despesa de 12 milhões de dólares (cerca de 11 milhões de euros) para organizar as atividades de preparação da visita papal.

Ramos-Horta disse que não teme questões de segurança e que “a única preocupação” é ocorrer o que acontece em grandes eventos, “quando começa a haver empurrões, pode haver atropelos […] se todos quiserem começar a chegar mais perto do Papa”.

Questionado sobre a possível frustração dos timorenses que não consigam estar em Díli para ver o Papa devido às restrições, o Presidente admitiu que sim porque o máximo de pessoas que poderão deslocar-se à capital timorense “é de 700 mil”, num país com cerca de 1,3 milhões de habitantes, em que quase 97% são católicos.

Em relação aos benefícios da visita do Papa para o país, o chefe de Estado considerou que “reforça a Igreja católica, a fé católica” e por outro lado, “é o melhor marketing”, é “pôr Timor-Leste no mundo”.

“Isso é impagável”, disse.

O Papa visita Timor-Leste no âmbito de um périplo que vai fazer à região e inclui também a Indonésia, onde estará entre 03 e 06 de setembro, a Papua Nova Guiné, de 06 a 09, e Singapura, de 11 a 13 de setembro.

 

*** Isabel Marisa Serafim (texto e vídeo), Vera Magarreiro (texto) e Paulo Novais (fotos), da agência Lusa ***

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By Impala News / Lusa

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