Lula critica Banco Central brasileiro por interromper ciclo de queda dos juros

O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou hoje o Banco Central do país que interrompeu uma sequência de quedas das taxas dos juros básicos na quarta-feira.

Lula critica Banco Central brasileiro por interromper ciclo de queda dos juros

“Foi uma pena que o Copom [Comité de Política Monetária do Banco Central brasileiro] manteve [a taxa de juros], porque quem está perdendo com isso é o Brasil, é o povo brasileiro, porque quanto mais a gente pagar de juros menos dinheiro a gente tem para investir aqui dentro”, afirmou Lula da Silva numa entrevista a rádio Verdinha, do Ceará.

Na quarta-feira, o Banco Central brasileiro manteve a taxa de juros básicos do país em 10,5%, uma das mais altas do mundo.

A decisão de encerrar o ciclo de redução das taxas referenciais de juros foi tomada apesar de a inflação permanecer sob certo controlo no Brasil. Nos primeiros cinco meses de 2024, a inflação acumulou 2,27%, e segundo o próprio Banco Central brasileiro, a tendência indica que permanecerá dentro da meta estabelecida para este ano, que foi fixada em 3%, com tolerância de margem de 1,5 pontos percentuais para cima ou para baixo.

Na entrevista, Lula da Silva também voltou a criticar a autonomia que o Banco Central tem desde 2020, após uma polémica reforma aprovada pelas câmaras legislativas e disse que esta iniciativa só ajudou “o mercado e os banqueiros”.

O Presidente brasileiro argumentou que “a maior parte do crédito do país é concedido pelos bancos públicos, porque os bancos privados preferem ganhar dinheiro com os juros elevados” mantidos pelo Banco Central.

Desde que assumiu o cargo, em janeiro de 2023, Lula da Silva mantém uma posição crítica em relação ao órgão liderado por Roberto Campos Neto e por causa dos juros elevados, que, segundo o Presidente brasileiro, só beneficiam “os especuladores do mercado financeiro”.

O Banco Central brasileiro é atualmente dirigido por Roberto Campos Neto, indicado para o cargo pelo ex-presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro (2019 — 2022) e cujo mandato termina no final deste ano.

 

CYR // MLL

By Impala News / Lusa

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