Lula promete reciprocidade se Trump impuser tarifas a produtos do Brasil
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, disse hoje que aplicará o princípio da reciprocidade se o homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump, decidir impor tarifas aos produtos brasileiros.
“É muito simples. Se ele tributar os produtos brasileiros haverá reciprocidade no Brasil na hora de tributar os produtos que são importados dos Estados Unidos”, disse Lula da Silva numa conferência de imprensa. O Presidente brasileiro tem evitado entrar em atrito com o Presidente dos Estados Unidos e, depois desta afirmação, reforçou que o seu país deseja manter “uma relação de um Estado soberano contra Estado soberano” com o Governo norte-americano.
“Trump foi eleito para governar os Estados Unidos. Na carta [que enviei] para ele disse que espero que ele tenha uma boa governança nos Estados Unidos. Fui eleito para governar o Brasil. Quero respeitar os Estados Unidos e quero que Trump respeite o Brasil”, afirmou Lula da Silva. “Da minha parte, o que quero é melhorar a relação com os Estados Unidos, exportar mais se for necessário, importar mais se for necessário, e manter a nossa relação [do Brasil com os Estados Unidos] que é de 200 anos”, acrescentou.
Nos últimos dias, o Presidente norte-americano disse publicamente que o Brasil é “um tremendo criador de tarifas” e acusou o país sul-americano, juntamente com a China e a Índia, de “querer prejudicar a economia dos Estados Unidos”. O Presidente brasileiro afirmou que não se preocupa com o facto de Trump dizer que vai “brigar pela Groenlândia, vai brigar pelo Golfo do México, vai brigar pelo Canal do Panamá”, mas destacou que o líder norte-americano “tem que respeitar a soberania dos outros países”.
Lula da Silva também disse que ainda não conversou com Trump, mas lembrou que poderá encontrá-lo na próxima reunião do G7, caso seja convidado, ou durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque. O Presidente brasileiro concluiu os seus comentários fazendo uma crítica à nova política externa dos Estados Unidos ao dizer que considerou as decisões de Trump de não cumprir o Acordo de Paris e de não participar da Organização Mundial da Saúde (OMS) “uma regressão da civilização humana”.
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