Maduro “carece de legitimidade” para ser Presidente da Venezuela – UE
A alta representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança defendeu hoje que Nicolás Maduro “carece de legitimidade” para ser o Presidente da Venezuela e anunciou mais restrições para elementos do regime venezuelano.
“Nicolás Maduro carece de legitimidade para ser o Presidente democraticamente eleito”, escreveu a alta representante Kaja Kallas, em comunicado divulgado durante a tarde de hoje.
Kallas (ex-primeira-ministra da Estónia) acrescentou que “milhões de venezuelanos” votaram por uma “mudança democrática”, apoiando o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, por uma “maioria significativa”.
No entanto, as autoridades venezuelanas “recusaram publicar as atas oficiais” e os resultados “continuam por verificar e não podem ser reconhecidos como representativos da vontade da população”.
A alta representante, que se pronuncia em nome do bloco comunitário, criticou a repressão policial e a detenção de “mais de 2.500 cidadãos, incluindo menores”.
“Apesar de a UE reconhecer que alguns já foram libertados, nenhum devia ter passado um único dia detido”, sustentou Kaja Kallas, exigindo o fim das “detenções injustas e arbitrárias” e a libertação de todos os “prisioneiros políticos”.
“À luz desta situação, o Conselho [da UE] decidiu adotar mais um pacote de sanções contra 15 pessoas responsáveis por enfraquecerem a democracia, o Estado de direito ou os direitos humanos na Venezuela”, lembrou a chefe da diplomacia europeia.
A reversão da situação está dependente de “progressos tangíveis em matéria de direitos humanos e Estado de direito”.
Nicolás Maduro foi proclamado vencedor das presidenciais de 28 de julho, com 52% dos votos, pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), considerado sob controlo do poder.
O CNE não divulgou as atas eleitorais das assembleias de voto, afirmando ter sido vítima de um ataque informático, um argumento considerado pouco credível por muitos observadores.
A oposição, que divulgou as atas eleitorais fornecidas pelos seus escrutinadores, garante que o seu candidato, Edmundo González Urrutia (sucessor de María Corina Machado, que foi desqualificada pelas autoridades), obteve mais de 67% dos votos.
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By Impala News / Lusa
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