Maioria dos portugueses usa regularmente dinheiro vivo e quer que lei garanta a sua aceitação
Setenta e três por cento dos portugueses usam dinheiro vivo semanalmente e 68% considera-o importante, mas a maioria diz ser cada vez mais difícil aceder a dinheiro físico e quer a sua aceitação garantida por lei, segundo um inquérito.

De acordo com as conclusões de um inquérito da Pitagórica, divulgado hoje pela Denária Portugal – associação de defesa da utilização do numerário como meio de pagamento corrente –, quase um em cada quatro portugueses (22%) já viu ser-lhe recusado um pagamento em numerário, mais oito pontos percentuais do que o apurado no anterior inquérito, realizado em 2023.
Neste cenário, 92% dos inquiridos defendem a obrigatoriedade da aceitação de dinheiro físico por parte dos estabelecimentos comerciais e 63% é favorável à aplicação de coimas a quem insistir na recusa, uma subida de 13 pontos face ao ano inquérito anterior.
Embora o dinheiro em espécie (78%) e o cartão bancário (77%) sejam os meios de pagamento mais referidos como os que deveriam ser sempre aceites no comércio e instituições públicas, sendo os meios mais utilizados, a maioria dos inquiridos considera que a não aceitação de pagamentos em numerário prejudica muito/totalmente os mais idosos/pessoas com menor literacia tecnológica (79%).
Assim, cerca de dois terços dos inquiridos defende a implementação de fiscalizações regulares nas lojas por parte do Estado, de modo a fazer cumprir a lei sobre o direito ao pagamento em numerário.
O inquérito da Pitagórica apurou ainda que apenas 9% dos inquiridos defende objetivamente o desaparecimento do dinheiro físico, havendo ainda 17% a considerá-lo desnecessário.
Já a esmagadora maioria (89%) defende que o Estado deve facilitar o acesso a dinheiro em numerário e 46% aponta o Banco de Portugal como a instituição responsável por defender a existência de dinheiro em numerário.
A maioria defende ser responsabilidade das administrações públicas garantir o acesso ao numerário.
Citado no comunicado da Denária Portugal, o mandatário da associação considera que “este estudo é o espelho da vida real”: “O dinheiro físico não é só uma questão de hábito, é uma necessidade. Recusá-lo não é só contra a lei — é fechar a porta a quem depende dele e limitar a liberdade de escolha”, sustenta Mário Frota.
Para este responsável, “cabe ao Estado e às autoridades desempenharem o seu papel e assegurarem que ninguém fica para trás”.
O inquérito foi desenvolvido pela Pitagórica — Investigação e Estudos de Mercado junto de 1.200 pessoas de Portugal continental e ilhas, com 16 anos ou mais. Os dados foram recolhidos por telefone, entre 04 e 20 de fevereiro de 2025, e a margem de erro é de ±2,89%, com um grau de confiança de 95,5%.
PD // EA
By Impala News / Lusa
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