O sindicato dos inspetores do SEF considerou esta segunda-feira, 14 de dezembro, que o Presidente da República “extrapolou as suas competências” ao falar publicamente sobre a reestruturação do SEF e alertou que “os problemas não se resolvem com mudanças de ministros”.

Em conferência de imprensa, o presidente do Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Acácio Pereira, afirmou “que o episódio sinistro que levou à morte de um cidadão [ucraniano] no aeroporto de Lisboa assim como outros casos de abuso de poder que possam ter existido são, em todo o caso, exceções ínfimas no trabalho global do SEF e dos seus inspetores”. Acácio Pereira, garantiu aos portugueses “que não se trata de qualquer problema sistémico, para utilizar a expressão do Senhor Presidente da República, mas sim de casos isolados e vincou que “perante estes casos, o que é imprescindível é que a Direção Nacional [do SEF] promova as ações necessárias para que factos idênticos nunca mais voltem a ocorrer”.

Para Acácio Pereira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, “extrapolou as suas competências” ao falar sobre o SEF, a sua reestruturação e da eventual existência de um problema sistémico naquele órgão de polícia criminal, justificando este possível envolvimento “por causa da questão eleitoral“.

O presidente do Sindicado voltou a insistir que o caso de Ilhor, morto nas instalações do aeroporto de Lisboa, se tratou de um caso isolado numa imensidão de milhões de diligências realizadas pelo SEF anualmente e salientou que “os problemas não se resolvem com mudanças de ministro, mas com mudanças de atitude“. As palavras surgem na sequência de alguns pedidos por parte de partidos políticos da oposição para que o Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, se demita.

O dirigente sindical revelou que não manteve qualquer contacto recentemente com o ministro e disse desconhecer em absoluto o teor do alegado plano de reestruturação ou eventual extinção do SEF, criticando duramente que esta última opção possa vir a ser tomada pelo poder político e legislativo do país.

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