Milhares manifestam-se na Geórgia para impedir primeira sessão da nova legislatura
Milhares de pessoas voltaram hoje a manifestar-se na capital da Geórgia, Tbilissi, horas antes do início da primeira sessão da nova legislatura, que tentarão impedir, exigindo a anulação das eleições legislativas de outubro que denunciam como fraudulentas.
Os manifestantes acusam o partido do Governo e vencedor das eleições, o Sonho Georgiano (considerado pró-russo), e o primeiro-ministro Irakli Kobajidze de fraude e dizem que o resultado do escrutínio decorre, em parte, da manipulação russa.
A Presidente da Geórgia, Salome Zurabishvili, em rutura com o Governo de Tbilissi, e que pediu ao Tribunal Constitucional a anulação das eleições, garante que a sessão legislativa é inconstitucional, enquanto milhares de pessoas voltam a protestar, na capital da antiga república soviética, contra os resultados.
Numa mensagem publicada na rede social X, Salome Zurabishvili, uma pró-europeia, disse que se “recusou a convocar a primeira sessão” e que a Constituição não reconhece ninguém que a possa substituir.
A polícia de Tbilissi não proibiu a concentração, mas impediu, como medida de precaução, que os carros que a lideravam chegassem à Praça da República, segundo indicou um ‘media’ local.
O protesto está a decorrer sem grandes incidentes, até agora.
As recentes eleições legislativas na Geórgia, realizadas em outubro passado, foram conquistadas pelo partido no poder, o Sonho Georgiano, acusado pelos seus críticos de deriva autoritária e pró-russa.
Desde a divulgação dos resultados eleitorais que a Geórgia tem vivido num clima de turbulência, com a Presidente pró-europeia, Salome Zurabishvili, a acusar a Rússia de estar a manipular as eleições.
Nos resultados definitivos, a comissão eleitoral confirmou a vitória do Sonho Georgiano com 53,93% dos votos, o que se traduz em 89 lugares, uma maioria confortável em relação à Coligação para a Mudança, na oposição (11,03%, 19 lugares).
No sábado, a polícia georgiana dispersou em Tbilissi um protesto em frente à sede da Comissão Eleitoral durante a sua avaliação das eleições.
Em 2008, a Geórgia travou e perdeu uma breve guerra com a Rússia, que reconheceu então a independência de duas regiões separatistas do país do Cáucaso (Ossétia do Sul e Abecásia) e reforçou a sua presença militar nessas zonas.
A Geórgia apresentou o seu pedido de adesão à União Europeia (UE) em março de 2022, tendo-lhe sido concedido o estatuto de país candidato em dezembro de 2023, no pressuposto de que o país adotará as reformas necessárias.
ANP // SCA
By Impala News / Lusa
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