Ministro da Educação diz ser preciso tempo para resolver problemas no ensino

O ministro da Educação afirmou hoje que os problemas não se resolvem “de um dia para o outro” e defendeu ser preciso tempo, mas também medidas de médio e longo prazo, para resolver a falta de professores.

Ministro da Educação diz ser preciso tempo para resolver problemas no ensino

“Não há nada que se faça em educação que tenha resultados imediatos. Nada. Qualquer ilusão de que se estala o dedo e os problemas estão todos resolvidos não passa disso, é mesmo uma ilusão”, afirmou João Costa à margem de uma visita à Escola Secundária Alexandre Herculano, no Porto.

O ministro recusou não existir diálogo com os professores e destacou que o Governo está a trabalhar para resolver os problemas relacionados com a carreira e o recrutamento de docentes.

“O que estamos a fazer, e isto não se faz sem dores, é a agir perante esses problemas muito antigos e, portanto, esse é um caminho. Quando temos uma desfuncionalidade de 20 e 30 anos, não se resolve de um dia para o outro”, acrescentou.

Questionado sobre se o facto de afirmar ser preciso tempo representa um sinal de esperança para os docentes, João Costa disse existirem várias matérias a trabalhar com as organizações sindicais e com os representantes dos professores, como a desburocratização do sistema, a vinculação dos técnicos especializados e a operacionalização do acelerador das carreiras.

Também questionado sobre a falta de professores nas escolas públicas, o ministro admitiu ser o “problema que ocupa o espaço central no programa do Governo” e que, à semelhança de outros, é também herdado.

“Conseguimos, apesar de estarmos longe de ter todas as necessidades satisfeitas, de sexta para terça-feira reduzir em número absoluto 500 horários face aos que faltavam. Entre sexta e terça-feira tivemos capacidade de resolver 1.000 horários que estavam sem professor. Esta máquina funciona, temos zonas com maior preocupação, mas não paramos de trabalhar”, acrescentou.

O ministro lembrou, contudo, que a falta de professores é um problema que requer “muitas medidas”, tanto de emergência, como a médio e a longo prazo face ao ritmo de aposentações previsto.

Já quanto ao número de alunos sem professores, o ministro salientou que “ninguém consegue dizer ao dia de hoje exatamente quantos alunos podem ter falta de professor a uma disciplina”, notando que qualquer projeção feita neste momento “é grosseira”.

“Sem com isto menorizar o problema”, acrescentou.

SPC // JMR

By Impala News / Lusa

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