Morto primeiro membro da missão internacional que luta contra gangues no Haiti
Um membro da força multinacional destacada para o Haiti foi morto numa operação contra grupos violentos de crime organizado, tornando-se a primeira vítima desde a mobilização da missão liderada pelo Quénia, em junho
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A Missão Multinacional de Apoio à Segurança (MSS) no Haiti disse no domingo que um oficial da polícia queniana ficou ferido num tiroteio “durante uma operação em Ségur-Savien, no departamento de Artibonite”, no leste do país.
“O oficial foi imediatamente evacuado por via aérea para o hospital de nível 2 em Aspen [no centro dos Estados Unidos], mas infelizmente sucumbiu aos ferimentos”, lê-se numa declaração da missão publicada na rede social X.
A missão queniana disse em comunicado que os polícias estavam a responder a um pedido de ajuda de residentes de uma área conhecida como Pont-Sonde, a cerca de 100 quilómetros da capital, Porto Príncipe.
Um dirigente da missão, Jack Ombaka, agradeceu à equipa do hospital e às forças de El Salvador que também combatem os gangues pela ajuda após o tiroteio.
“Este é o preço que o nosso corajoso oficial pagou — foi morto enquanto lutava pelo povo do Haiti”, disse Ombaka em comunicado. “Saudamos o nosso herói caído”, acrescentou.
A morte surgiu quatro dias depois do secretário-geral da ONU, António Guterres, ter dito que iria solicitar que as Nações Unidas assumam o financiamento das despesas estruturais e logísticas da força multinacional no Haiti.
“Se o Conselho de Segurança aceitar esta proposta, teremos as condições para finalmente ter uma força eficaz para derrotar os gangues no Haiti e criar as condições para que a democracia prospere”, disse Guterres.
O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, disse que o apoio proposto incluiria logística e equipamentos não letais, acrescentando que espera que um plano detalhado seja apresentado até o final de fevereiro.
A missão apoiada pela ONU é liderada por um contingente de cerca de 800 polícias quenianos, aos quais se juntam soldados e polícias de países como Jamaica, Guatemala e El Salvador, que trabalham juntamente com a polícia nacional do Haiti.
Em 2024, o Haiti e os EUA advertiram que a missão que começou em junho carece de pessoal e recursos e pediram que uma missão de paz da ONU substituísse a atual.
Durante a administração Biden, os EUA contribuíram com cerca de 600 milhões de dólares (570 milhões de euros) para a missão.
Não é claro se o financiamento continuará sob o novo Presidente Donald Trump, embora o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, tenha dito recentemente que a administração continuaria a apoiar a missão, enquanto exortava as nações ricas a contribuir mais.
Segundo dados da ONU, pelo menos 5.626 pessoas morreram no Haiti em 2024 na sequência das ações de grupos criminosos (mais mil do que no ano anterior), 2.213 ficaram feridas e 1.494 foram raptadas.
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By Impala News / Lusa
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