Navalny: Rússia suspende atividades dos organismos ligados ao opositor
A justiça russa ordenou a suspensão das atividades de todas as organizações ligadas a Alexei Navalny, que foram declaradas “extremistas”, indicaram hoje os colaboradores do oposicionista.
A justiça russa ordenou a suspensão das atividades de todas as organizações ligadas a Alexei Navalny, que foram declaradas “extremistas”, indicaram hoje os colaboradores do oposicionista.
“As atividades dos gabinetes de Navalny e do Fundo da Luta Contra a Corrupção (FBK) estão suspensas, com caráter imediato”, escreveu no Twitter Ivan Jadnov, diretor do FBK, acompanhando o texto de fotografias do documento enviado pela Procuradoria.
“Eles dizem simplesmente: ‘temos receio das vossas atividades, temos receio das vossas manifestações'”, acrescenta Jadnov.
O gabinete de Navalny em Moscovo indicou através da rede de mensagens por telemóvel Telegram que a ordem impede o organismo de “trabalhar sob o antigo formato”.
“A situação torna-se muito perigosa para os nossos funcionários e para os nossos apoiantes”, indicou Ivan Jadnov, prometendo que os elementos da organização “vão continuar, a título pessoal, a lutar contra a corrupção”, contra o partido no poder, Rússia Unida, e contra o Presidente Vladimir Putin.
“Não vai ser fácil lutar, mas vamos vencer porque somos muitos e somos fortes”, indica a delegação do FBK em Moscovo.
A Procuradoria russa pediu em abril para que as organizações ligadas a Alexei Navalny fossem consideradas “extremistas”, ameaçando os colaboradores e apoiantes do oposicionista com penas de prisão.
A Procuradoria acusa os organismos de procurarem “criar condições para destabilizar a situação social e política” na Rússia através de “‘slogans’ liberais”.
Mesmo assim, a decisão vai ser examinada pela justiça que realizou, hoje uma audiência preliminar sobre a suspensão.
Principal opositor de Vladimir Putin, Navalny foi preso em janeiro ao regressar da Alemanha, onde esteve cinco meses em recuperação após um alegado envenenamento por um agente neurotóxico, atribuído ao Kremlin, acusações que as autoridades russas rejeitaram.
A prisão de Navalny desencadeou uma vaga de protestos em toda a Rússia, na maior demonstração de desafio ao Kremlin dos últimos anos.
Após a prisão, um tribunal condenou Navalny a dois anos e meio de prisão por um caso de corrupção ocorrido em 2014 e que os seus apoiantes denunciaram como politicamente motivado, enquanto o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos considerou a sentença “arbitrária e manifestamente irracional”.
Em março, o político foi transferido para uma colónia penal a leste de Moscovo, conhecida pelas suas duras condições de detenção, e fez uma greve de fome de 24 dias contra as más condições no estabelecimento prisional.
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