Nuno Melo diz estar habituado a ver “grandes parangonas” em jornais a acabar em “coisa nenhuma”

O ministro da Defesa garantiu hoje desconhecer os contornos da investigação relacionada com os concursos públicos para o combate aos incêndios, mas sublinhou que está habituado a ver nos jornais “grandes parangonas” sobre processos que “acabam em coisa nenhuma”.

Nuno Melo diz estar habituado a ver

“O cumprimento da legalidade é simplesmente inalienável e no que tem a ver com a Defesa Nacional a transparência é uma obrigação, como em relação a qualquer outra área de tutela. (…) [São] factos que eu desconheço. Eu, felizmente, habituei-me já muitas vezes a ver grandes parangonas de jornais com grandes processos que depois acabam em coisa nenhuma e, portanto, não me substituo aos juízes”, atirou o ministro da Defesa Nacional Nuno Melo.

Melo falava aos jornalistas, no edifício do Ministério da Defesa, em Lisboa, à margem de uma cerimónia que assinalou o início dos trabalhos de uma ‘task-force’ de advogados para resolver processos de qualificação de deficientes das Forças Armadas, depois de ser questionado sobre as buscas realizadas hoje, no âmbito de suspeitas de corrupção relacionadas com concursos públicos para o combate aos incêndios.

A operação “Torre de Controlo” incluiu 28 mandados de busca, que decorreram em domicílios e sociedades comerciais e de contabilidade e em organismos públicos, e envolveram também a Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC), as instalações do Estado-Maior, em Alfragide, Lisboa, e as empresas Helibravo, Heliportugal e HTA.

Nuno Melo, como já tinha sido referido pelo seu Ministério em comunicado, assegurou já ter solicitado à Força Aérea “todas as informações disponíveis a este propósito”, garantiu que este ramo está a “colaborar em tudo aquilo que lhe é pedido com a Justiça” e sublinhou que “quando tiver informações” fará uma declaração sobre o caso.

“Não posso comentar o que desconheço absolutamente. (…) Ando na política há tanto tempo que tenho a prudência de saber esperar pelos factos antes de comentar”, acrescentou.

O responsável pela pasta da Defesa Nacional sublinhou ainda que quem condena são os juízes e “não são nem os ministros, nem os jornalistas que normalmente lavram sentença”.

A Força Aérea confirmou hoje que elementos do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do Ministério Público estiveram nas instalações do Estado-Maior, em Alfragide, Lisboa, com quem o ramo está a “colaborar ativamente”.

Estas informações constam de um comunicado, enviado à imprensa pela Força Aérea, depois de esta manhã, numa outra nota, a Polícia Judiciária (PJ) ter anunciado que fez 28 buscas, em vários pontos do país, por suspeitas de corrupção e burla relacionadas com os concursos públicos para o combate aos incêndios rurais, num valor que ronda os 100 milhões de euros.

TYRS// SF

By Impala News / Lusa

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