Nuno Melo diz que é bom que os EUA tenham Europa como aliada e percebam que russos não são amigos

O ministro da Defesa Nacional disse hoje esperar que a administração norte-americana de Trump tenha a Europa como aliada e perceba que os russos “não são propriamente os amigos do sistema”.

Nuno Melo diz que é bom que os EUA tenham Europa como aliada e percebam que russos não são amigos

Esta posição foi defendida por Nuno Melo em declarações aos jornalistas à margem de uma visita à Base Aérea N.º 11, situada no distrito de Beja, na qual o governante foi questionado sobre as declarações do enviado do Presidente Donald Trump para assuntos internacionais, Steve Witkoff, que em entrevista à Fox News, no domingo, afirmou que não via o Presidente russo, Vladimir Putin, “a querer tomar conta de toda a Europa”.

Witkoff considerou a ameaça teórica porque, na sua opinião, Putin “quer a paz”.

Rejeitando que a ameaça russa seja meramente teórica, Nuno Melo insistiu que não confunde “um país aliado e amigo com uma administração”.

“Portugal, no que tem a ver com a dimensão militar, só vê sentido naquilo que possa fazer do lado dos nossos aliados e os Estados Unidos são um aliado fundamental, que nós queremos preservar e manter, o que não significa discordâncias de contexto, por exemplo, no que tem a ver com a Rússia”, realçou.

Na ótica de Nuno Melo, “é bom que os Estados Unidos também tenham a Europa como os aliados e percebam a seu tempo” que os russos “não são propriamente os amigos do sistema”.

No âmbito dos compromissos de Portugal com a NATO, Nuno Melo despediu-se hoje de um contingente de cerca de quarenta militares da Força Aérea que partiram hoje para a Estónia, país que faz fronteira com a Rússia, para uma missão da Aliança Atlântica de vigilância e promoção da segurança marítima no Mar Báltico.

Além destes militares, Portugal vai também enviar um avião P-3C para a base aérea de Ämari.

Esta missão, que vai ser realizada pela Esquadra 601, os “Lobos” da Força Aérea, será comandada pelo major navegador Tiago Andrade, que em declarações aos jornalistas adiantou que o contingente que vai para os Bálticos já tem experiência naquela zona e está “extremamente bem preparado”.

“A missão primária será patrulhar o Mar do Báltico, que será ver as movimentações de países não NATO que possam estar naquela zona e agora com maior foco na proteção das linhas de comunicação no Mar do Báltico”, acrescentou.

No seu discurso, Nuno Melo salientou que estes militares partem “para a Estónia num contexto geopolítico particularmente desafiante que opõe as democracias às opressões”.

“Correm riscos que são reais e isso não é para todos. A leste, junto a fronteiras da União Europeia e no perímetro da NATO, assistimos a uma guerra de conquista na Ucrânia, desencadeada pela Rússia, que se prolonga há mais de três anos. E no Báltico as ações híbridas que são recorrentes só evidenciam que a segurança euro-atlântica começa naquela região, em terra no mar e no ar”, sublinhou.

Durante a sua intervenção, Nuno Melo disse que sabe que os militares da Força Aérea, “pela sua qualidade”, são “assediados e pressionados, e têm ofertas” do mercado de trabalho empresarial para sair das Forças Armadas.

“Mas também lhes devo dizer que é na Força Aérea que queremos que se sintam realizados, porque o que essa farda encerra, representando um povo e uma bandeira, nenhuma empresa será capaz de substituir. Tenha o Estado, por seu lado, a capacidade de vos dar retorno pelos sacrifícios que vos pede”, salientou.

Para além desta missão, a Força Aérea vai também projetar esta semana uma outra força militar para a Estónia, composta por quatro F-16M e até 100 militares que terão como missão o policiamento do espaço aéreo dos países do Báltico. A missão, com duração de quatro meses, terá início no dia 01 de abril e decorre até 31 de julho.

ARL // JPS

By Impala News / Lusa

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