Nuno Melo pede “intervenção” da Comissão Europeia sobre medidas do Governo para a habitação

O presidente do CDS-PP e eurodeputado, Nuno Melo, pediu hoje a “intervenção” da Comissão Europeia para defender o que considera serem os direitos dos cidadãos atingidos pelas regras anunciadas pelo Governo em matéria de política de habitação.

Nuno Melo pede

Nuno Melo pede “intervenção” da Comissão Europeia sobre medidas do Governo para a habitação

O presidente do CDS-PP e eurodeputado, Nuno Melo, pediu hoje a “intervenção” da Comissão Europeia para defender o que considera serem os direitos dos cidadãos atingidos pelas regras anunciadas pelo Governo em matéria de política de habitação.

“O eurodeputado Nuno Melo pediu a intervenção da Comissão Europeia – guardiã dos Tratados -, na defesa dos direitos dos cidadãos atingidos pelas regras anunciadas pelo Governo em matéria de política de habitação, que violam o Estado de Direito, a Constituição (art. 62) e a Carta dos Direitos Fundamentais da UE (art. 17)”, lê-se numa nota de imprensa enviada às redações.

Na quinta-feira, o primeiro-ministro apresentou um pacote de medidas, estimado em 900 milhões de euros, para responder à crise da habitação em Portugal com cinco eixos: aumentar a oferta de imóveis utilizados para fins de habitação, simplificar os processos de licenciamento, aumentar o número de casas no mercado de arrendamento, combater a especulação e proteger as famílias.

Nuno Melo defende no comunicado que, “nos Estados de Direito democráticos, compete aos proprietários decidirem a forma de utilização dos seus bens, desde que de forma legal e todas as restrições impostas pelos Estados implicam o pagamento de indemnizações”.

Segundo o líder do CDS-PP, “o Governo português anunciou que vai impor aos donos de casas a obrigação de as arrendarem compulsivamente, ou seja, contra a sua vontade, se estiverem devolutas, determinando ao mesmo tempo o valor das rendas a pagar pelos inquilinos”.

O programa Mais Habitação foi aprovado em Conselho de Ministros e ficará em discussão pública durante um mês. As propostas voltarão a Conselho de Ministros para aprovação final, em 16 de março, e depois algumas medidas ainda terão de passar pela Assembleia da República.

Nuno Melo insurge-se contra o facto de o Estado português ser “o maior proprietário de casas” em Portugal, mas não coloca “no mercado o que é seu”, preferindo “dispor do que é dos outros, numa loucura estatizante típica dos regimes totalitários”.

“A questão é que Portugal não é a Venezuela e mantém-se membro da UE [União Europeia]”, afirma Nuno Melo.

Entre as medidas que visam estimular o mercado de arrendamento, assim como a agilização e incentivos à construção, incluem-se o fim dos vistos ‘gold’, o Estado substituir-se ao inquilino e pagar rendas com três meses de incumprimento, a obrigatoriedade de oferta de taxa fixa pelos bancos no crédito à habitação e a suspensão de novos licenciamentos de alojamento local.

De acordo com a nota de imprensa, o eurodeputado também questionou a Comissão Europeia sobre a forma como a instituição “interpreta” a medida imposta pelo Governo português “em violação do Estado de Direito, por ser contrária às imposições constitucionais e a Tratados livremente subscritos pelo Estado português”.

“Enquanto guardiã dos tratados, como pensa [a Comissão Europeia] reagir em respeito pelos direitos dos cidadãos de todas as nacionalidades, proprietários de imóveis em Portugal?”, é a segunda pergunta que o líder centrista coloca ao executivo comunitário.

FPB // MLS

By Impala News / Lusa

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