ONU estima mais de 10 mil deslocados em Cabo Delgado em fevereiro
As Nações Unidas estimam que 10.140 pessoas tenham sido forçadas a deixar as duas casas em fevereiro devido aos ataques armados na província moçambicana de Cabo Delgado, onde desde 2017 se registam ataques de grupos extremistas islâmicos.

De acordo com um relatório do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), consultado hoje pela Lusa, 93% desses movimentos de pessoas foram forçados, devido a “ataques ou medo de ataques”.
“A maior parte do movimento teve origem nos distritos de Macomia e Meluco em direção às sedes dos distritos”, explica-se.
Desde outubro de 2017, Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada, que provocou milhares de mortos e uma crise humanitária, com mais de um milhão de pessoas deslocadas.
Segundo aquela agência da ONU, a província registou ainda deslocamentos de “menor magnitude” a nível dos distritos de Mocímboa da Praia e Muedumbe.
“Alimentação e abrigo (…) são as principais prioridades reportadas pelos deslocados”, acrescentou.
Só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques de grupos extremistas islâmicos nessa província, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo dados divulgados recentemente pelo Centro de Estudos Estratégicos de África (ACSS), uma instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano que analisa conflitos em África.
O último grande ataque deu-se em 10 e 11 de maio de 2024, à sede distrital de Macomia, com cerca de uma centena de rebeldes a saquearem a vila, provocando vários mortos e fortes combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e militares ruandeses, que apoiam Moçambique no combate aos ataques armados.
LYCE // ANP
By Impala News / Lusa
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