ONU registou mais de 48 mil deslocados na sequência dos combates na Síria

Mais de 48.500 pessoas encontram-se deslocadas das províncias sírias de Idlib e Alepo na sequência dos combates que começaram na semana passada, disse hoje o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA) para o noroeste da Síria.

ONU registou mais de 48 mil deslocados na sequência dos combates na Síria

Os combatentes dos grupos radicais islâmicos tomaram posições em várias zonas da cidade de Alepo desde a passada quarta-feira obrigando a recuar os militares governamentais sírios que contavam com o apoio de forças da Rússia.

A população civil tenta abandonar a zona sendo que na segunda-feira “mais de 2.600 pessoas, principalmente mulheres e crianças” procuraram refúgios em 12 centros de acolhimento.

As Nações Unidas e outras organizações que prestam ajuda humanitária estão a fornecer alimentos e agasalhos, mas a segurança “continua a ser preocupante”.

Segundo a ONU, pelo menos 44 civis foram mortos em Idlib e no norte de Alepo, incluindo 12 crianças e sete mulheres, desde domingo.

De acordo com o relatório da ONU, na mesma zona, 162 pessoas ficaram feridas, entre as quais 66 crianças e 36 mulheres. 

Entre domingo e segunda-feira, os ataques afetaram “quatro instalações de saúde, quatro escolas, dois campos de deslocados internos e uma estação de distribuição de água”.

O gabinete do OCHA para a Síria, com sede em Damasco, afirmou ainda que “foram registadas deslocações da zona de Tal Rifat (uma área controlada pelos curdos na província de Alepo) para o noroeste e nordeste da Síria”.

Também foram registadas “novas chegadas de deslocados às províncias de Damasco, Hama, Homs, Latakia e Tartous”, controladas pelo governo sírio.

A prestação de ajuda e o acesso aos serviços básicos e às operações humanitárias continuam gravemente perturbados nas zonas afetadas pela guerra, especialmente em Alepo, Idlib e Hama, afirmou o organismo, referindo que na cidade de Alepo continua em vigor o recolher obrigatório durante a noite.

Na segunda-feira, o bairro de Ashrafiyeh – dominado por forças curdas – na cidade de Alepo, situado a três quilómetros da delegação local da ONU foi fortemente atingido.

Uma grande parte dos residentes permanece em casa sendo que muitos foram vistos em longas filas à espera de pão.

Aumentaram também os apelos da própria população para que sejam criadas rotas seguras que facilitem a deslocação, afirmou o OCHA.

Na quarta-feira passada, os membros de grupos radicais islâmicos lançaram uma ofensiva em grande escala a partir do noroeste da Síria e em poucos dias avançaram rapidamente no terreno, assumindo o controlo quase total da cidade de Alepo, a segunda maior cidade do país.

Até ao momento foram mortas, pelo menos, 514 pessoas, incluindo 92 civis, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não-governamental com sede no Reino Unido mas com uma vasta rede de contactos e informadores no terreno.

 

PSP // SB

Lusa/Fim

 

 

By Impala News / Lusa

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