Parlamento angolano aprova proposta de lei sobre vandalismo com abstenção da UNITA

A Assembleia Nacional angolana aprovou hoje a Proposta de Lei dos Crimes de Vandalismo de Bens e Serviços Públicos, com votos favoráveis de todos os partidos, exceto da UNITA, principal partido da oposição, que se absteve.

Parlamento angolano aprova proposta de lei sobre vandalismo com abstenção da UNITA

A proposta, que teve hoje a sua votação final, depois de ter sido votada em junho na globalidade e baixado de seguida à especialidade, prevê penas entre três e 25 anos de prisão, de acordo com a violência dos atos e a natureza pública do bem ou serviço sujeito à ação criminosa.

Na sua declaração de voto, o grupo parlamentar da UNITA apontou intenções ocultas no artigo 19.º, que considera que o crime será agravado se for cometido com autoria ou cumplicidade de titulares de cargos políticos.

“Esconde a intenção de perseguir os partidos políticos na oposição e até organizações cívicas, visa inibir as manifestações pacíficas, constitucionalmente consagradas, permitindo que o regime infiltre nas mesmas os seus agentes para criarem confusão e (…) prenderem os seus líderes, acusando-os depois de cometerem atos de vandalismo”, acrescenta.

Para a UNITA, que reconhece a necessidade da lei face ao aumento dos atos lesivos de bens e serviços públicos, esta está, no entanto, desajustada, com penas máximas mais altas do que as aplicáveis ao crime de peculato (corrupção) e ao crime de violação de menores.

“Como entender, por exemplo, que alguém que partir o vidro de um edifício público, ou de uma escola, seja condenado a 15 anos de prisão, mas aquele que rouba dinheiro que se destinava para construir um, dois ou mais edifícios públicos, ou escolas, é condenado apenas em 8 anos?”, questiona o partido da oposição.

Por último, a UNITA entende que a solução para combater o vandalismo não passa por agravar as penas, mas sim pelo combate das causas, “porque o aumento desses crimes e outros é consequência da degradação das condições sociais decorrentes da má gestão da riqueza nacional”.

A Assembleia Nacional procedeu hoje também à votação final global da Proposta de Lei da Atividade de Jogos, sem votos contra.

Esta lei visa reforçar o enquadramento legal da regulação e supervisão dos operadores económicos intervenientes neste setor.

 

RCR // MLL

By Impala News / Lusa

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