Pedro Nuno afirma que Chega perdeu a moral para apontar o dedo a quem quer que seja
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, acusou hoje o Chega de ter perdido autoridade moral para apontar o dedo a outros face aos casos que o atingem e admitiu que pior ainda seria se este partido tivesse responsabilidades governativas.
Pedro Nuno Santos falava no parlamento, depois de confrontado pelos jornalistas com os casos do “vice” da distrital de Lisboa do Chega e deputado municipal Nuno Pardal Ribeiro, acusado pelo Ministério Público de dois crimes de prostituição de menores, e do deputado eleito pelos Açores, Miguel Arruda, suspeito de furto qualificado por furto de malas.
“O Chega não tem moral nenhuma para se dirigir a nenhum partido político em Portugal. Não tem superioridade moral, não está acima de nenhum partido, tem problemas graves, problemas mais graves do que os que estamos habituados a ver em outros partidos”, acusou o líder socialista.
Pedro Nuno Santos sugeriu depois que o partido liderado por André Ventura “só não tem mais problemas porque não teve oportunidade de governar”.
“Vamos assistindo a casos sucessivos no Chega e aquilo que nos diz é que pior seria se este partido tivesse responsabilidades governativas. O Chega perdeu qualquer moral para apontar o dedo a quem quer que seja”, sustentou.
O secretário-geral do PS considerou também que “não resolve os problemas” o facto de as demissões no Chega acontecerem rapidamente.
“Aquilo que sabemos é que o Chega não é impermeável a gente desonesta. Há gente desonesta a ingressar e com responsabilidades no Chega. Um deles é deputado da Assembleia da República”, declarou, aqui numa alusão a Miguel Arruda.
Perante os jornalistas, Pedro Nuno Santos colocou o cenário de o Chega ter conseguido entrar na esfera do Governo na sequência das últimas eleições.
“Nenhum de nós pode dizer com certeza de que, por exemplo, Miguel Arruda não era membro de um governo do Chega. Ou que o seu membro da Assembleia Municipal, agora suspeito, também chegaria a ter responsabilidades governativas na autarquia de Lisboa”, disse.
Para o secretário-geral do PS, tornou-se objetivo que “o Chega tem dentro de si elementos que são altamente negativos para uma vida política, democrática, saudável”.
De acordo com o jornal Expresso, os dois crimes de prostituição de menores agravados a que Nuno Pardal está acusado pelo Ministério Público foram cometidos contra um rapaz de 15 anos, que conheceu no Grindr, uma aplicação usada para convívio entre homossexuais.
Segundo o procurador Manuel dos Santos, do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Cascais, citado pelo jornal Expresso, “o arguido sabia que o assistente tinha 15 anos e era sexualmente inexperiente”, praticou sexo oral com o menor e, no fim, enviou um código através do MbWay para que o adolescente pudesse levantar 20 euros.
O caso terá sido denunciado à Polícia Judiciária pelos pais do menor depois de terem tido acesso às mensagens do WhatsApp no telemóvel do filho.
Entretanto, Nuno Pardal anunciou que vai renunciar ao mandato de deputado e deixou a vice-presidência da distrital de Lisboa do Chega.
Numa reação ao caso, o líder do Chega, André Ventura, anunciou hoje a abertura de um processo interno a Nuno Pardal Ribeiro, que pode levar à sua expulsão do partido.
PMF/TA (FM)
By Impala News / Lusa
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