Pedro Nuno considera “assustador” Passos Coelho “alinhado no discurso da extrema-direita”

O líder socialista, Pedro Nuno Santos, considerou hoje “assustador” que o antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho “tenha alinhado no discurso da extrema-direita”, pedindo aos jovens que se juntem ao combate a este “regresso ao passado”.

Pedro Nuno considera

Numa entrevista esta noite à TVI/CNN, Pedro Nuno Santos considerou preocupante que “a direita clássica, a direita tradicional, Pedro Passos Coelho” assumam “bandeiras que são da extrema-direita” e que “atentam contra” a forma de viver dos portugueses, lamentando que “a direita esteja a querer impor uma visão da sociedade e da família”.

“É assustador que um ex-primeiro-ministro [Pedro Passos Coelho] tenha alinhado neste discurso que é um discurso da extrema-direita, que deve ser combatido, vai ser sempre combatido pelo PS sem hesitação e eu espero ter connosco a juventude portuguesa para nós combatermos o regresso a um passado em que ninguém quer voltar”, disse.

Apontando que o “Chega não hesitou em elogiar” a intervenção desta tarde de Passos Coelho, Pedro Nuno Santos disse não acreditar que os jovens portugueses, incluindo os que votaram no Chega, aceitem que se recue na forma como se vê o relacionamento entre as pessoas.

“Não há nenhuma imposição sobre uma determinada visão da família, é exatamente o contrário. Vejo muito a direita falar de família natural. Não sei o que isso de família natural, sei que há muitas famílias”, criticou.

O líder do PS rejeitou ainda que haja qualquer doutrinação dos jovens nas escolas já que aquilo que existe “é um ensino do respeito pelo outro, da tolerância, da liberdade”.

O antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho pediu hoje que se dê um “sinal muito forte” para responder aos que expressaram desilusão nas últimas eleições e que não se criem desentendimentos teatrais no espaço político.

Esta ideia foi defendida durante a para a apresentação do livro “Identidade e Família — Entre a Consciência da Tradição e As Exigências da Modernidade” – que contou com a presença dos líderes do Chega, André Ventura, e do CDS-PP, Nuno Melo — Passos Coelho

A obra reúne textos de personalidades como Jaime Nogueira Pinto, Manuel Clemente, Manuela Ramalho Eanes, João César das Neves, Isabel Galriça Neto, Guilherme D’Oliveira Martins ou José Ribeiro e Castro, entre outros.

À entrada para a apresentação, Passos Coelho foi questionado sobre críticas por se ter associado à visão de família de alguns dos autores do livro, lamentando que no espaço público existam “cada vez mais rótulos e caricaturas” apenas com a intenção de “agredir e desqualificar”.

“Portugal, apesar de algum atraso nesta abordagem, também vem conhecendo este vício que diminui o espaço público e procura reconduzir certas discussões que interessam a toda a sociedade a uma espécie de gente ultramontana, ultraconservadora e outras coisas que normalmente se seguem”, disse, acrescentando que no espaço político estes rótulos rapidamente descambam para outros.

JF (SMA) // JPS

By Impala News / Lusa

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