Pelo menos 40 detidos na Coreia do Sul em protestos contra detenção de Presidente destituído

Pelo menos 40 pessoas foram hoje detidas na Coreia do Sul numa manifestação com milhares de pessoas frente ao Tribunal Distrital Ocidental de Seul, em protesto contra a detenção do antigo presidente Yoon Suk Yeol, alvo de um processo de averiguações.

Pelo menos 40 detidos na Coreia do Sul em protestos contra detenção de Presidente destituído

O antigo presidente sul-coreano, investigado pelo fracasso da declaração da lei marcial que levou à sua destituição, compareceu hoje na audiência sobre o pedido de prorrogação da sua detenção, segundo o tribunal de Seul onde decorre o processo.

Sete dos detidos foram acusados de agressão contra polícias e obstrução de ordens oficiais, e um deles de atacar um polícia com um veículo segundo a agência sul-coreana Yonhap citada pela agência Europa Press.

Outras 22 pessoas foram acusadas de entrar ilegalmente no tribunal onde se encontrava Yoon, dez por atacarem veículos da polícia e uma por atacar um jornalista.

Segundo a mesma agência noticiosa, Yoon falou durante 40 minutos no tribunal, tendo o seu advogado dito anteriormente à agência AFP que o líder deposto esperava “restaurar a sua honra” perante os juízes.

O tribunal deve agora decidir se liberta Yoon, o que os analistas consideram pouco provável, ou se prolonga a sua detenção por cerca de 20 dias. A decisão deverá ser tomada entre hoje e domingo.

No exterior do tribunal, os jornalistas da AFP viram uma multidão de apoiantes de Yoon a agitar bandeiras e a segurar cartazes nos quais se lia “libertem o presidente”. Segundo a polícia, citada pela Yonhap, havia cerca de 12.000 apoiantes.

O líder conservador chegou ao tribunal, vindo do centro de detenção onde esteve desde quarta-feira após ser detido, numa carrinha azul do Ministério da Justiça, observaram os jornalistas da AFP.

Vários dos seus apoiantes tentaram cercar o veículo quando este chegou. Desde sexta-feira, numerosos apoiantes têm-se reunido à porta do tribunal para fazer pressão a favor do seu líder.

Na sexta-feira, Yoon enviou uma carta através dos seus advogados agradecendo aos seus apoiantes, que incluem cristãos evangélicos e ‘youtubers’ de direita, pelas suas manifestações, sublinhando o seu “patriotismo apaixonado”.

O partido de Yoon apoia geralmente a aliança de segurança dos EUA com a Coreia do Sul e rejeita qualquer compromisso com a Coreia do Norte, que possui armas nucleares. Se a detenção não for prolongada, o ex-presidente será libertado.

Yoon é acusado de desestabilizar o país ao declarar lei marcial em 3 de dezembro, uma decisão rapidamente contrariada pelos deputados num parlamento rodeado de soldados.

O então Presidente justificou a introdução da lei marcial como uma medida para proteger a Coreia do Sul das “forças comunistas norte-coreanas” e para “eliminar elementos hostis ao Estado”.

Yoon foi detido na sequência de uma rusga de seis horas dos investigadores anticorrupção e da polícia à sua residência oficial, facto inédito na Coreia do Sul para um chefe de Estado em funções.

Neste processo paralelo às investigações em curso, o tribunal tem até meados de junho para o destituir definitivamente ou decidir reintegrá-lo.

AG (JFO) // JMR

By Impala News / Lusa

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