Pequim condena “grave violação da soberania iraniana” no assassínio do líder do Hamas
O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, reiterou hoje a condenação “enérgica” da China ao recente assassínio, no Irão, do líder político do Hamas, que descreveu como uma “grave violação da soberania iraniana”.
Durante uma conversa telefónica com o homólogo iraniano, Ali Bagheri Kani, Wang sublinhou a importância do Irão como parceiro estratégico e manifestou o empenho da China em “apoiar o Irão em questões de interesse mútuo”, de acordo com um comunicado divulgado hoje pelo ministério dos Negócios Estrangeiros chinês no seu sítio na internet.
O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês apelou à comunidade internacional para “trabalhar em conjunto para alcançar um cessar-fogo permanente em Gaza” e disse que a China “apoia os esforços do Irão para manter a paz e a estabilidade na região”.
Por seu lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Ali Bagheri Kani, manifestou o seu desejo de que Pequim “desempenhe um papel mais importante no desanuviamento da situação e na promoção da segurança” na região, congratulando-se com a “posição imparcial” da China relativamente ao conflito israelo-palestiniano, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Bagheri Kani sublinhou também o empenho do novo Governo iraniano em “reforçar os laços com Pequim e manter a coordenação com a China nos assuntos internacionais”, assegurando que as relações entre os dois países permanecerão “estáveis apesar das mudanças na situação internacional e regional”.
O líder político do Hamas, Ismail Haniyeh “morreu em resultado de um ataque sionista traiçoeiro”, afirmou um comunicado do Hamas, que promete que Israel “não ficará impune”.
Haniyeh, que vivia no exílio no Qatar, estava de visita a Teerão para assistir à cerimónia de tomada de posse do reformista Masoud Pezeshkian como presidente do Irão, que ameaçou retaliar.
A China tem reiterado várias vezes o seu apoio à “solução dos dois Estados”, mostrando a sua “consternação” perante os ataques israelitas contra civis em Gaza, e os seus responsáveis têm realizado numerosas reuniões com representantes de países árabes e muçulmanos para reafirmar esta posição ou para tentar fazer avançar as negociações de paz.
Em 2021, a China e o Irão assinaram um acordo de cooperação económica de 25 anos que prevê, em termos gerais, o investimento chinês nos setores da energia e das infraestruturas do Irão.
Em troca, Teerão, um grande produtor de hidrocarbonetos duramente atingido pelas sanções dos EUA, fornece a Pequim um abastecimento estável de petróleo e gás a preços competitivos.
MC // ACL
By Impala News / Lusa
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