Perto de 100 prisioneiros palestinianos chegaram a Ramallah

Perto de 100 prisioneiros palestinianos libertados por Israel chegaram hoje em dois autocarros à cidade de Ramallah, na Cisjordânia ocupada, onde as respetivas famílias, equipas médicas e centenas de pessoas os aguardavam.

Perto de 100 prisioneiros palestinianos chegaram a Ramallah

Os reclusos abandonaram as instalações da Cruz Vermelha na prisão israelita de Ofer em direção ao Centro Recreativo de Ramallah (o mesmo local onde outros prisioneiros foram libertados no sábado passado) numa caravana de autocarros que passou pela cidade de Beitunia e demorou mais de uma hora e meia a percorrer cerca de 20 quilómetros.

Israel libertou hoje 110 prisioneiros palestinianos das prisões israelitas – cerca de 95 foram transferidos para Ramallah, outros 14 para a Faixa de Gaza e um para Jerusalém Oriental – na terceira ronda de trocas de reféns por prisioneiros, no âmbito do acordo de cessar-fogo firmado entre Israel e o Hamas, que entrou em vigor no dia 19 de janeiro.

A libertação dos prisioneiros foi adiada algumas horas depois de o Governo israelita se ter queixado das condições em que sete reféns (dois israelitas e cinco tailandeses) foram hoje libertados na Faixa de Gaza.

As equipas médicas aguardavam os prisioneiros com cadeiras de rodas para um primeiro exame físico no centro de receção de Ramallah, onde se ouviam cânticos como “O povo quer as Brigadas al-Qassam [o braço armado do grupo islamita Hamas]” e “Alá é grande”.

A viagem da prisão de Ofer para Ramallah foi marcada por momentos de tensão entre jovens palestinianos e as forças de segurança israelitas.

Os autocarros seguiam lentamente, rodeados de carros e motas a buzinar para dar as boas-vindas aos prisioneiros, bem como de jornalistas e transeuntes a filmá-los dentro dos veículos, por entre aplausos da multidão concentrada nas ruas de Ramallah.

Antes de os autocarros partirem, pelo menos 14 palestinianos ficaram feridos a pouco mais de um quilómetro da prisão de Ofer, quando os soldados israelitas abriram fogo contra dezenas de pessoas, incluindo jornalistas, que ali se encontravam reunidas para assistir à saída dos prisioneiros.

Entre os reclusos libertados estão 32 condenados a prisão perpétua, 48 com outro tipo de penas e 30 menores.

Todos os reclusos, exceto um, são homens, informaram fontes da Comissão de Prisioneiros e Ex-Prisioneiros Palestinianos.

A lista de prisioneiros palestinianos libertados inclui o líder das Brigadas dos Mártires de Al Aqsa (braço armado do movimento político palestiniano Fatah), Zakaria Zubeidi, e o militante do Hamas Mohamed Abu Warda, condenado a 48 penas de prisão perpétua.

As suas libertações ocorreram depois de a Jihad Islâmica Palestiniana e o Hamas terem libertado, horas antes, em Khan Yunis, no sul de Gaza, os reféns israelitas Arbel Yehud (uma mulher de 20 anos) e Gadi Moses (um homem de 80 anos), bem como cinco reféns tailandeses.

Horas antes, uma jovem soldado de 20 anos foi libertada em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza. Agam Berger pertencia a uma unidade militar feminina conhecida como Tatzpitaniyot. Sete mulheres que integravam este grupo foram raptadas, mas Agam Berger era a única que ainda permanecia no enclave palestiniano.

A troca de reféns de hoje não estava planeada no acordo original de cessar-fogo, mas foi incluída em resposta à pressão de Israel sobre o Hamas por não ter libertado Arbel Yehud no passado sábado.

Quinze meses de guerra entre o Hamas e Israel na Faixa de Gaza provocaram mais de 47.000 mortos e um elevado nível de destruição de infraestruturas no território controlado pelo grupo extremista palestiniano desde 2007.

A ofensiva israelita foi desencadeada por um ataque do Hamas contra Israel, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e o rapto de 250 pessoas que foram levadas como reféns para a Faixa de Gaza.

RJP // SCA

By Impala News / Lusa

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