PM dinamarquesa pronta para debater Ártico com Trump mas recusa vender Gronelândia

A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, mostrou-se hoje disponível para dialogar com os Estados Unidos sobre a Gronelândia, frisando que o território autónomo “não está à venda”.

PM dinamarquesa pronta para debater Ártico com Trump mas recusa vender Gronelândia

“Temos sido muito claros: todos temos de respeitar a soberania de todos os Estados no mundo – e a Gronelândia é hoje uma parte do reino da Dinamarcanão está à venda“, referiu. A líder dinamarquesa, falava à entrada do primeiro retiro de líderes da UE, iniciativa criada pelo presidente do Conselho Europeu, António Costa, para debates mais informais.

Trump reitera interesse de adquirir a Gronelândia

“Concordo totalmente com os norte-americanos que a região do Extremo Norte, a região do Ártico, é cada vez mais importante quando falamos de defesa e segurança e de dissuasão, e é possível encontrar uma forma de assegurar uma pegada mais forte [dos Estados Unidos] na Gronelândia, onde já estão”, referiu ainda Mette Frederiksen.

A chefe do governo de Copenhaga lembrou ainda que as tropas dinamarquesas combateram ao lado dos EUA durante muitas décadas. O Presidente dos EUA, Donald Trump, tem reivindicado um maior acesso ao Ártico e manifestou o interesse de adquirir a Gronelândia, um território autónomo gerido pela Dinamarca.

Por que estão Estados Unidos, NATO e Rússia subitamente tão interessados no Ártico?

Desde o colapso da União Soviética, o Ártico tem sido considerado uma zona politicamente neutra, marcada pela cooperação internacional pacífica de cientistas. Mas, à medida que o gelo derrete e mais terra e mar se tornam acessíveis, oportunidades para extração de recursos e rotas de comércio marítimo estão a abrir-se, tornando o Ártico cada vez mais atraente para potências globais concorrentes, com vários observadores questionarem a confiança na sua estabilidade.

A invasão da Ucrânia pela Rússia, em 2022, é considerada o ponto de viragem nas relações do Ártico. Na altura em que a guerra eclodiu, a Rússia presidia ao Conselho do Ártico, fórum intergovernamental que promove a cooperação e a coordenação entre os Estados do Ártico, os Povos Indígenas e outros habitantes, cobrindo uma série de questões e – crucialmente – excluindo a segurança militar; questão particularmente crucial.

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