Portugal e Índia querem reforçar cooperação nos 50 anos de restabelecimento das relações
Portugal e a Índia querem aprofundar a cooperação em várias áreas e 2025 será “um ano chave”, aproveitando a comemoração dos 50 anos de restabelecimento das relações diplomáticas, disse à Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros.
“O ano de 2025 será um ano chave para relançar esta relação e para aprofundar com base nas comemorações dos 50 anos de restabelecimento de relações diplomáticas entre Portugal e a Índia”, que serão lançadas já em janeiro em Lisboa, adiantou Paulo Rangel, em declarações à Lusa, a partir de Nova Deli, onde concluiu hoje o segundo dia de uma visita oficial, que termina este sábado em Goa.
No âmbito destas comemorações, as autoridades dos dois países estão a trabalhar para promover uma visita da Presidente indiana, Draupadi Murmu, a Portugal, e “também não está excluída” uma deslocação do primeiro-ministro, Luís Montenegro, à Índia.
No final de janeiro decorrerá, também na capital portuguesa, uma reunião da comissão mista entre os dois países, em que serão abordadas as “oportunidades económicas de referência”, referiu ainda Rangel.
Durante a deslocação à Índia, o chefe da diplomacia portuguesa manteve encontros com o seu homólogo, S. Jaishankar, e com o ministro do Comércio e Indústria, Piyush Goyal, tendo também contactado com representantes da comunidade portuguesa e visitado a embaixada e o Centro Cultural Português, onde entregou certificados a estudantes indianos de língua portuguesa.
Nas reuniões com os governantes indianos foram identificadas oportunidades de cooperação nomeadamente na indústria de defesa.
“Podemos desenvolver uma relação que é pouco expressiva face ao potencial que tem, e, seja na questão de investimento, seja na questão de exportações, há muito a fazer”, referiu o ministro português, apontando outros setores como o das energias renováveis, as altas tecnologias e transição digital, o espaço ou os oceanos.
Paulo Rangel destacou “grandes oportunidades para as empresas portuguesas” nas áreas da construção, nomeadamente na ferrovia, portos ou aeroportos, e das infraestruturas digitais.
Os chefes da diplomacia de Lisboa e de Nova Deli também debateram o reconhecimento mútuo de diplomas e a cooperação científica.
“Houve aqui até um apelo a que possa haver campus de universidades portuguesas na Índia, algo que obviamente tem que ser conversado com as nossas universidades, no âmbito desta nova realidade de a Índia estar a aceitar a vinda de universidades internacionais para o seu território”, referiu.
Outro setor identificado como tendo “um enorme potencial” é o do turismo, que está a crescer, quer de visitantes indianos em Portugal quer de turistas portugueses na Índia.
Rangel destacou o crescente interesse de estudantes indianos pelo ensino do português, atraídos pela cultura portuguesa e pela língua. Segundo o ministro, há quatro turmas de português na Universidade de Deli, e no próximo ano serão seis.
“É algo que muito nos honra. Precisamos é de mais professores de português por todo o mundo, porque há, de facto, uma procura muito grande da língua portuguesa”, comentou.
A visita do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros termina no sábado em Goa, onde irá reunir-se com as autoridades daquele estado, com uma presença histórica de Portugal, e visitar o Centro de Língua Portuguesa-Camões e a delegação da Fundação Oriente, bem como a Basílica do Bom Jesus (Velha Cidade), as Relíquias de São Francisco Xavier, a Sé Catedral e o Museu da Arte Cristã.
JH // SCA
By Impala News / Lusa
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