PR de Moçambique promete averiguar queixas face à poluição pela exploradora de carvão no centro
O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, prometeu mandar uma equipa multissetorial para averiguar queixas da população sobre alegada poluição ambiental causada pela mineradora indiana Vulcan que explora carvão em Moatize, centro do país.

“Vamos mandar uma equipa do Ministério dos Recursos Minerais e Energia, concretamente o secretário do Estado de Minas e também o de Terra e Ambiente que vão estar no terreno e uma equipa multissetorial para poder apurar no terreno o que se está a passar e em função disso podermos tomar melhores decisões para esta preocupação”, disse o Presidente moçambicano, Daniel Chapo, ao fazer balaço da visita que efetuou à província de Tete.
Em causa estão reclamações de residentes de Moatize, na província moçambicana de Tete, no centro do país, onde a Vulcan explora carvão, antes apresentadas através de uma carta, e agora também apontadas ao Presidente do país, em que as comunidades locais queixam-se das consequências do aumento da poluição devido às operações da empresa.
O Governo moçambicano admitiu em setembro do ano passado que a mineradora Vulcan, empresa indiana que explora carvão em Moçambique, ultrapassou os “limites de poluição” em Moatize e não observou os padrões de qualidade ambiental.
“Verificou-se que a Vulcan (…) excedeu aquilo que são os limites de poluição, tendo realizado vários desmontes, que são atividades de detonações a nível da mina, sem observar aquilo que são os padrões de qualidade ambiental”, disse a então ministra da Terra e Ambiente moçambicana.
A governante tinha também avançado com a criação de uma equipa para avaliar o cumprimento do plano de gestão ambiental pela Vulcan, após queixas de poeiras causadas pela mineradora no início do mês de agosto passado.
No mesmo mês, o presidente da Vulcan manifestou à Lusa o “compromisso” da companhia com a “conformidade ambiental”, dias após queixas das comunidades face ao aumento da poluição.
“Temos uma política de dano zero. E quando dizemos dano zero, estamos a falar de dano zero ao meio ambiente (…). Todas as nossas instalações foram equipadas com equipamentos e tecnologias modernas disponíveis. Por vezes, algum sistema falha e, para isso, temos de tomar precauções. Se há algum erro, posso afirmar, que estamos totalmente comprometidos em garantir que nenhuma pessoa da nossa comunidade sofra”, declarou Mukesh Kumar à Lusa.
A Vulcan explora em Moatize uma área de 250 quilómetros quadrados e a comunidade mais próxima das minas está localizada a, pelo menos, 350 metros, avançou o Presidente da companhia.
A empresa privada indiana faz parte do Jindal Group, com um valor de mercado de 18 mil milhões de dólares (16,5 mil milhões de euros), e antes já estava presente em Moçambique, operando a mina Chirodzi, localizada também na região de Tete.
Só nos últimos três anos, a Vulcan produziu anualmente mais de 35 milhões toneladas de carvão nas suas minas em Moatize, uma operação comprada, em abril de 2022, à brasileira Vale por mais de 270 milhões de dólares (257 milhões de euros).
A Vale esteve presente em Moçambique por 15 anos, tendo explorado a mina de Moatize e 912 quilómetros de ferrovia no Corredor Logístico de Nacala para o transporte de carvão, infraestrutura também vendida à Vulcan.
PME (LN)//PSC
By Impala News / Lusa
Siga a Impala no Instagram