Prémio Nobel da Paz condena inação internacional para parar conflito na RDCongo

O ginecologista congolês e Prémio Nobel da Paz de 2018, Denis Mukwege, condenou hoje a inação internacional para parar o conflito no leste da República Democrática do Congo (RDCongo).

Prémio Nobel da Paz condena inação internacional para parar conflito na RDCongo

Numa declaração na rede social X, Denis Mukwege também pediu sanções contra o Ruanda, que supostamente apoia o movimento rebelde 23 de Março (M23).

“Quando é que a comunidade de Estados deixará de fechar os olhos à tragédia congolesa e de aceitar ou tolerar violações sistemáticas do direito internacional e dos direitos humanos”, questionou Mukwege.

O Prémio Nobel da Paz considerou que “é hora de agir, de parar de fazer condenações vazias e de adotar sanções políticas e económicas contra o regime criminoso de Kigali”.

O ginecologista, de 69 anos, que foi candidato presidencial nas eleições de 2023, divulgou esta mensagem depois de a RDCongo ter retirado a sua equipa diplomática do Ruanda e ordenado que a embaixada ruandesa em Kinshasa cessasse as operações devido ao conflito envolvendo o M23 no leste do país.

Esta informação foi veiculada pelo Governo congolês numa nota verbal tornada pública no sábado.

As tensões diplomáticas entre os dois países vizinhos têm vindo a aumentar após os combates entre o M23 e o exército congolês que se intensificaram esta semana no leste da RDCongo, apoiados por milícias aliadas.

Num sinal de crescente preocupação internacional, o Conselho de Segurança da ONU deve reunir-se hoje para discutir a crise, uma reunião inicialmente agendada para segunda-feira.

Os rebeldes anunciaram na sexta-feira que estão a avançar em direção a Goma, a capital estratégica da província congolesa de Kivu do Norte.

Embora as autoridades ruandesas neguem qualquer suposta colaboração entre Kigali e o M23, esta situação foi já confirmada pelas Nações Unidas.

Por sua vez, o Ruanda e o M23 acusam o exército congolês de cooperar com o grupo rebelde Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDLR), fundado em 2000 pelos líderes do genocídio de 1994 e outros ruandeses exilados na RDCongo para recuperar o poder político.

PFT // VM

By Impala News / Lusa

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