Presidente da Moldova aplaude escolha europeia ao assumir segundo mandato

A Presidente da Moldova, Maia Sandu, foi empossada hoje para um segundo mandato e saudou a escolha pró-europeia feita pelos eleitores “apesar da pressão”, após uma eleição ensombrada por acusações de interferência de Moscovo nesta antiga república soviética.

Presidente da Moldova aplaude escolha europeia ao assumir segundo mandato

“Podemos orgulhar-nos do facto de, apesar das provações, termos conseguido estar do lado certo da história” e de “defender a democracia face às ameaças externas”, declarou, ao prestar juramento perante o Parlamento e o Tribunal Constitucional.

“Apesar de toda a pressão, a Moldova votou numa direção clara, um país desenvolvido, um país europeu que traz mais segurança e prosperidade”, acrescentou a líder de 52 anos.

Maia Sandu venceu a segunda volta das eleições presidenciais, no início de novembro, com 55,33% dos votos, contra 44,67% de Alexandr Stoianoglo, o seu adversário apoiado pelos socialistas pró-russos, neste Estado situado entre a Roménia, membro da União Europeia e da NATO, e a Ucrânia, devastada pela guerra.

Primeira mulher a ocupar o mais alto cargo da Moldova, em 2020, a sua reeleição deveu-se à forte mobilização da diáspora.

Na país, as zonas rurais e duas regiões – a província separatista da Transnístria, onde estão estacionadas tropas russas, e a autónoma Gagaúzia – continuam orientadas para Moscovo.

Desinformação, compra maciça de votos, ameaças de morte, ciberataques e “transporte organizado” de eleitores: as autoridades denunciaram inúmeras “tentativas de desestabilização”.

Em contrapartida, o Kremlin acusou as autoridades moldavas de reprimir “a oposição e os meios de comunicação social independentes, especialmente os de língua russa”.

Desde 2020, Maia Sandu virou resolutamente o seu país de 2,6 milhões de habitantes, um dos mais pobres da Europa, na direção de Bruxelas, e a União Europeia abriu oficialmente as negociações de adesão em junho.

“Há quatro anos, prometemos-vos bons tempos. Foi uma promessa sincera, mas os tempos revelaram-se difíceis”, disse a antiga economista do Banco Mundial.

“Depois da pandemia, houve a inflação, a crise energética, a chantagem sobre o gás e, agora, a chantagem sobre a escuridão”, comentou Sandu.

A Moldova, em estado de emergência, prepara-se para grandes cortes de energia e “um inverno rigoroso”.

O país depende em 70% da sua eletricidade da central térmica de Cuciurgan, situada na Transnístria e abastecida com gás russo através da Ucrânia.

No entanto, Kiev anunciou a sua intenção de não renovar o contrato de trânsito, que expira no final de dezembro e permite o transporte de gás russo para a Europa.

Nesta situação, o Governo moldavo acusa o gigante Gazprom de se recusar a utilizar outras rotas.

JH // MSF

By Impala News / Lusa

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