Presidente moçambicano pede à polícia para mostrar mandantes dos raptos no país
O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, reconheceu hoje, em Maputo, que o combate aos crimes de raptos ainda constitui um desafio no país e pediu à polícia para trazer a público os seus “mandantes”.
“Em certa medida, os casos de raptos [nos últimos cinco anos] foram mais esclarecidos relativamente aos períodos anteriores, ainda que reconheçamos que a sua erradicação continua a constituir um desafio para o nosso Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) e outros organismos da lei e ordem”, declarou Filipe Nyusi, durante a abertura do XXXIV Conselho Coordenador do Ministério do Interior, que se realizou hoje em Maputo.
Nyusi pediu à polícia para que apresente aos moçambicanos os “mandantes” dos raptos no país, como um dos mecanismos para travar este tipo de crime.
“Tragam pelo menos um mandante, hão-de ver que a narrativa vai mudar, porque os mandantes são muito medrosos, a gente basta tomar uma certa medida eles logo fogem”, afirmou o chefe de Estado, apelando à atenção cada vez maior do Sernic.
A Polícia da República de Moçambique (PRM) registou um total de 185 casos de raptos e pelo menos 288 pessoas foram detidas por suspeitas de envolvimento neste tipo de crime desde 2011, anunciou em março o ministro do Interior.
“A cidade de Maputo apresenta maior tendência e incidência de casos criminais de raptos, seguida da província de Maputo e, por fim, Sofala, com registo de 103, 41 e 18 casos, respetivamente”, declarou o ministro do Interior de Moçambique, Pascoal Ronda, em 19 de março último.
Ainda na abertura da reunião do Ministério do Interior, Nyusi pediu à polícia moçambicana para estudar casos esclarecidos de tráfico de droga visando aprimorar os métodos de prevenção deste tipo de crime.
“Agora estamos a apanhar e até estamos a esclarecer casos. Apanhamos pessoas das geografias mais complicadas, das Américas, Europas, quer dizer que o trabalho existe e isso tem que ser avaliado. Estudem esses casos, não é assunto só de notícias, de informação, estudem”, apelou Filipe Nyusi, apontando o aumento da apreensão de droga e do número de detidos em conexão com este tipo de crime.
“Quando aparece um criminoso com essa natureza avaliem como é que ele atuou, usem mais tempo para estudar a pessoa. Pegam e estudem como é que trouxe a droga, como pensa, como vive, como cresceu, estudar a vida dela para facilitar em casos futuros”, insistiu Nyusi.
Ainda no seu discurso, o Presidente moçambicano afirmou, nos últimos cinco anos, houve um aumento do número de polícias, justificando que a massificação na formação melhorou a qualidade dos serviços prestados na proteção de pessoas e bens.
“Quando são poucos não conseguem fazer tudo e a massificação traduziu-se na presença policial mais vistosa nas diversas artérias de cidades e vilas de todo o território nacional, com impacto na redução dos índices de criminalidade”, explicou o chefe do Estado, referindo que nos últimos cinco anos houve crescimento populacional e expansão de cidades e vilas, demandando cada vez mais a presença da polícia para a proteção de pessoas e bens.
“A outra razão é que o crime se está a sofisticar, mas também, não menos importante, temos pessoas que quando atingem uma certa idade precisam de descansar e é normal. Quando as pessoas estão a sair tem de haver outras que ocupam esses espaços”, acrescentou Nyusi.
PYME // MLL
By Impala News / Lusa
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