Presidente moçambicano terça-feira na África do Sul para visita de trabalho
O chefe de Estado moçambicano, Daniel Chapo, vai visitar, terça-feira, a África do Sul, a convite do seu homólogo sul-africano, Cyril Ramaphosa, anunciou hoje, em comunicado, a Presidência.
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Chapo vai reunir-se com Cyril Ramaphosa para “discutir o aprofundamento das relações de amizade, solidariedade e cooperação existentes entre os dois países”, refere-se na nota.
Daniel Chapo vai igualmente reunir-se com empresários sul-africanos com interesses em investir em Moçambique, bem como com a comunidade moçambicana na África do Sul, afirmou a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Maria Lucas, em declarações à Rádio Moçambique.
“A visita tem [em] vista o agradecimento [ao] apoio e solidariedade que recebemos da África do Sul durante os últimos momentos das nossas eleições em outubro passado”, explicou a governante.
A visita de Chapo à África do Sul, país vizinho e com o qual Moçambique tem fortes e históricas relações, ocorre numa altura em que as manifestações pós-eleitorais continuam entre os principais temas no país.
Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas, primeiro, pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro, que deram vitória a Daniel Chapo.
Atualmente, os protestos, agora em pequena escala, têm estado a ocorrer em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e de outros problemas sociais.
O Presidente sul-africano, que esteve entre os dois únicos chefes de Estado que assistiram à cerimónia de investidura de Chapo, em 15 de janeiro, defendeu, em janeiro, soluções pacíficas para a crise pós-eleitoral no país, admitindo que a instabilidade em Moçambique afeta também a África do Sul.
“Os problemas que sejam resolvidos de forma pacífica tal como entendem os moçambicanos”, disse o Presidente sul-africano, citado por Sydney Mufamadi, enviado especial de Ramaphosa que esteve em Moçambique para um encontro com o antigo chefe de Estado Filipe Nyusi.
Desde outubro, pelo menos 353 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, e cerca de 3.500 ficaram feridas durante os protestos, de acordo com a plataforma eleitoral Decide, organização não-governamental que acompanha os processos eleitorais.
O Governo moçambicano confirmou pelo menos 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias, durante as manifestações.
PME/ EAC//
By Impala News / Lusa
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