Presidente volta a faltar a audição para depor sobre lei marcial na Coreia do Sul

O Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, voltou hoje a faltar a uma audição no âmbito da investigação da controversa lei marcial decretada no início de dezembro e que levou à sua destituição.

Presidente volta a faltar a audição para depor sobre lei marcial na Coreia do Sul

Yoon foi convocado para ser ouvido pelos investigadores às 10:00 de hoje (hora local), mas voltou a não comparecer, o que acontece pela terceira vez, segundo a agência espanhola Europa Press.

O Presidente está a ser investigado simultaneamente pelo Gabinete de Investigação Anticorrupção (CIO), pelo Ministério Público (MP) e pelo Ministério da Defesa.

É suspeito de ter incitado à rebelião ao declarar a lei marcial em 03 de dezembro, que foi revogada pelo parlamento poucas horas depois de ter entrado em vigor.

O Presidente conservador justificou na altura que a lei marcial se devia a uma alegada aproximação da oposição a posições “semelhantes às da Coreia do Norte”.

A Assembleia Nacional aprovou no sábado a destituição de Yoon, cujas funções foram suspensas enquanto aguarda que o Tribunal Constitucional se pronuncie sobre a questão.

O chefe do CIO, Oh Dong-woon, disse na terça-feira no parlamento que Yoon tem recusado deliberadamente a intimação para depor e que a agência iria tomar medidas legais em resposta, segundo a agência sul-coreana Yonhap.

Oh admitiu que o CIO estava a considerar se estavam reunidos os critérios para solicitar um mandado de captura contra Yoon, em vez de tentar uma detenção de emergência sem mandado.

Fontes próximas do processo admitiram que a investigação seja transferida para a agência anticorrupção para evitar sobreposições.

Nesse âmbito, o CIO e o MP poderiam coordenar-se para interrogar Yoon conjuntamente, segundo informações recolhidas pela Yonhap.

As investigações no âmbito da lei marcial levaram à detenção na terça-feira do chefe das forças armadas, general Park An-su.

Anteriormente, foram detidos o ministro da Defesa, Kim Yong-hyun, o chefe dos serviços secretos, Yeo In-Hyung, o chefe do Comando de Guerra Especial, Kwak Jong-keun, e o chefe do Comando de Defesa da Capital, Lee Jin-woo.

Yoon Suk-yeol, um antigo procurador de 63 anos, pode ser condenado a prisão perpétua e teoricamente até à pena de morte, se for condenado por rebelião.

Yoon, que já pediu desculpa pelo sucedido, continua a defender a sua decisão, alegando que queria proteger o país asiático das “forças anti-estatais”.

O texto da moção aprovada no sábado pelo parlamento inclui acusações contra Yoon por ter dado instruções às forças de segurança para prenderem deputados da oposição.

O ainda Presidente, membro do Partido do Poder do Povo, está proibido de sair do país.

PNG // SCA

By Impala News / Lusa

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