PS/Açores acusa Bolieiro de concordar com conduta danosa na execução do PRR
O líder do PS/Açores acusou o Governo Regional de José Manuel Bolieiro de concordar com a conduta danosa na execução do Plano de Recuperação de Resiliência (PRR), denunciada pelo Tribunal de Contas (TdC)
Ao falar na comissão política de ilha de São Miguel do PS, na Lagoa, Francisco César criticou o presidente do executivo açoriano por não reagir à notícia da Lusa sobre uma auditoria do TdC que revela que o diretor regional da Habitação teve uma conduta danosa no processo de reabilitação de 40 moradias em São Miguel, no âmbito do PRR.
“A resposta do presidente do Governo [Regional] não foi justificar o ato do diretor regional. Não foi criticar o ato do diretor regional. Foi pura e simplesmente ignorar o assunto. Quando um presidente não quer falar de determinados assuntos não está a ignorar o assunto. Está a dizer diretamente aos açorianos e açorianas que está de acordo com aquilo”, afirmou.
Numa auditoria a que a agência Lusa teve acesso na quarta-feira, o TdC concluiu que o Governo dos Açores violou os deveres de “boa gestão”.
O presidente dos socialistas açorianos lembrou que foi a entidade gestora do PRR quem denunciou a situação e considerou “inadmissível que não haja explicações” por parte do executivo.
“A consequência foi muito clara. A consequência é que por terem violado a lei não puderem candidatar essas habitações ao PRR. Cerca de 300 mil euros que eram para vir do PRR tiveram de vir diretamente do Orçamento da região. Se isso não é lesar a região é o quê?”, interrogou.
E acrescentou Francisco César: “Mais grave do que isso é que parece que nada se passou. Foi um dia que saiu nas notícias, um relatório do TdC que diz que a região foi lesada e nada se passa”.
O também deputado na Assembleia da República defendeu que o atual Governo Regional está a desperdiçar a herança deixada pelo PS (que governou os Açores entre 1996 a 2020) em matéria de habitação.
“Nós deixámos um Rolls-Royce. Deixámos 60 milhões de euros para investir em habitação, para construir um parque habitacional público para aqueles que são os mais desfavorecidos, mas com oportunidade de também o aplicarem à classe média”, sinalizou.
Francisco César visou o Governo Regional por “não pagar o que deve” às instituições sociais, empresas, aos estudantes e às associações desportivas, denunciando atrasos no pagamento do complemento ao doente oncológico.
“Ou o buraco financeiro é muito maior do que declararam e nós estamos numa situação gravíssima de emergência financeira, ou, pior ainda, a incompetência é tal na gestão administrativa do governo que eles não conseguiram junto da banca o adiantamento no início de janeiro para pagar os compromissos mais básicos”, vincou.
O socialista acusou o executivo liderado por Bolieiro de “não ter o mínimo de sensibilidade social” devido ao aumento do preço do gás e de estar “sem ideias”, exemplificando com os apoios à habitação que “são os mesmos de há dez anos”.
“É um governo com quatro anos que envelheceu precocemente. Parece que estão lá há quatro anos e parece que têm mais anos do que nós quando estávamos com 24 e tentávamos inovar e mudávamos as nossas políticas quando achávamos que se tinham esgotado”, disse.
César voltou, contudo, a mostrar abertura ao diálogo com o Governo Regional em áreas relacionadas com o hospital de Ponta Delgada, a companhia aérea SATA ou as áreas marinhas protegidas e revelou que esteve reunido com o presidente do executivo a propósito do programa de apoio aos media privados.
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By Impala News / Lusa
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