PS/Madeira acusa Albuquerque de ser sinónimo de instabilidade e reitera voto contra Orçamento
O PS/Madeira, o maior partido da oposição no parlamento regional, acusou hoje o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque (PSD), de ser sinónimo de instabilidade, e reafirmou que os socialistas vão votar contra o Orçamento da Região para 2025.
“O nosso voto é coerente, o nosso voto é contra”, afirmou o líder parlamentar do PS/Madeira, Paulo Cafôfo, no debate na generalidade do Orçamento Regional, depois da intervenção inicial do secretário das Finanças, Rogério Gouveia.
Dirigindo-se a Miguel Albuquerque, o socialista perguntou onde está a estabilidade governativa que anunciou quando venceu as eleições regionais de maio, sem maioria absoluta, lembrando que há agora o risco de o seu executivo cair.
Paulo Cafôfo disse que Miguel Albuquerque “é sinónimo de instabilidade” e insistiu que o Orçamento Regional para 2025 não é do PS e que são “os partidos que viabilizaram o Programa do Governo” que devem aprovar o documento, referindo-se ao CDS-PP, Chega, PAN e IL.
“Este orçamento não resolve qualquer problema. Este orçamento só resolve a vida do presidente do Governo Regional e dos seus amigos”, acusou, defendendo que o documento é “eleitoralista e populista”.
No entender de Cafôfo, o presidente do governo madeirense “só está a pensar em eleições e em salvar a sua pele com eleições”.
Élvio Sousa, do JPP, defendeu, por sua vez, que, “por mais que o senhor secretário [das Finanças] queira demonstrar que este orçamento é um documento relevante, este orçamento está carregado de despesismo, esbanjamento de dinheiro, distribuição de subsídios a torto e a direito e não fala de controlo da despesa”.
“O senhor secretário fala de um mundo de papel, mas, na prática, na realidade, aquilo que o povo da Madeira está a sentir é que não há redução do custo de vida”, acrescentou.
O líder parlamentar do Chega, Miguel Castro, também considerou que em discussão está um documento “eleitoralista”, elaborado pelo executivo “precisamente para se manter de uma forma artificial na execução de um governo que já perdeu a confiança de todos os madeirenses”.
O parlamentar responsabilizou o PSD pela instabilidade, acusando, por outro lado, o PS e o JPP de não terem tido capacidade de negociar com os sociais-democratas a integração no orçamento de medidas importantes para os madeirenses.
No mesmo sentido, o deputado único da IL, Nuno Morna, realçou que o Governo Regional é a “principal razão da instabilidade”, criticando também os partidos da oposição, designadamente o PS, “de fraca figura”, e o Chega, que faz oposição “a partir de Lisboa”.
Pelo PAN, a deputada única, Mónica Freitas, apontou que o “orçamento é fundamental, mas não é um caos se não for aprovado de imediato”.
Já Brício Araújo, do PSD, afirmou que, “enquanto a oposição tenta criar instabilidade, o governo dá à Madeira um orçamento que tem impacto na vida das pessoas”.
As propostas de Orçamento para 2025, no valor de 2.611 milhões de euros, e de Plano de Investimentos, orçamentado em 1.112 milhões de euros, começaram hoje a ser discutidas na generalidade, estando a votação final global agendada para quarta-feira.
Os documentos serão chumbados caso o PS, JPP e Chega mantenham os votos contra anunciados. Os três partidos somam 24 parlamentares, a maioria dos 47 lugares do hemiciclo.
O parlamento regional é constituído por 19 deputados do PSD, 11 do PS, nove do JPP, quatro do Chega, dois do CDS-PP, um da IL e um do PAN. O PSD assinou um acordo parlamentar com o CDS-PP, insuficiente, ainda assim, para conseguir a maioria absoluta.
TFS // JLG
By Impala News / Lusa
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