Putin conversa por telefone com Lula após este cancelar ida à cimeira dos BRICS

O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, conversou hoje por telefone com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, depois de ter cancelado a sua viagem à Rússia para participar na cimeira dos BRICS, que acontece em Kazan.

Putin conversa por telefone com Lula após este cancelar ida à cimeira dos BRICS

Segundo um comunicado emitido pelo Governo brasileiro, a conversa telefónica durou cerca de 20 minutos e girou em torno do acidente doméstico que Lula da Silva sofreu no último sábado, em Brasília, e que levou os médicos a recomendarem-lhe que não viajasse à Rússia.

“O Presidente Putin quis saber do estado de saúde do Presidente [brasileiro], e lamentou que ele não pode vir à Cúpula dos BRICS, e o Presidente Lula também, devido ao acidente sofrido no sábado”, lê-se no comunicado.

Já o Presidente russo, Vladimir Putin, destacou a determinação de Lula da Silva em participar do encontro dos líderes do BRICS por videoconferência.

“Acabei de falar com o Presidente do Brasil. Como sabemos, ele teve que ficar em casa por problemas de saúde. Ele lamenta não participar pessoalmente, mas pretende se juntar a nós amanhã por videoconferência”, disse Putin durante sua reunião com o líder chinês Xi Jinping, na cidade russa de Kazan.

O Governo brasileiro informou no mesmo comunicado que serão feitos os arranjos para a participação de Lula da Silva na reunião dos líderes do BRICS por videoconferência.

O Presidente brasileiro sofreu uma queda no sábado, que causou um pequeno corte na nuca que exigiu cinco pontos, e ele planeia fazer novos exames nesta terça-feira para avaliar seu estado de saúde.

Na segunda-feira, numa conversa telefónica transmitida nas redes sociais de um aliado político, Lula da Silva qualificou o acidente como grave, embora ao mesmo tempo tenha reconhecido que “não afetou a parte mais delicada” da cabeça, pelo que conseguiu manter seu horário de trabalho.

Na cimeira do BRICS, a delegação brasileira é chefiada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

Um dos pontos centrais do encontro do bloco formado por países emergentes será a discussão dos mecanismos para criar uma nova categoria de países associados aos BRICS, sem que isso implique ampliar a lista de nove membros do fórum.

O grupo foi fundado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e no dia 1.º de janeiro desse ano aderiram Egito, Irão, Emirados Árabes Unidos e Etiópia.

A Arábia Saudita e a Argentina também deveriam ter concluído a sua inscrição este ano, mas o país do oriente médio nunca confirmou a sua decisão de entrar no grupo e a Argentina retirou o seu pedido no último momento por decisão do atual Presidente, Javier Milei.

Quase 30 países manifestaram publicamente o seu interesse em aderir ao fórum, incluindo Cuba, Venezuela, Turquia, Azerbaijão e Malásia.

O Governo brasileiro defende que os BRICS mantenham um equilíbrio na representação das diferentes regiões do mundo e que os novos membros ou países associados tenham boas relações com todos os membros do grupo.

O assessor para assuntos internacionais da Presidência do Brasil, Celso Amorim, declarou-se contra a entrada da Venezuela no BRICS em entrevista aos ‘media’ locais na segunda-feira e defendeu que o grupo deve ser ampliado com países com perfis que possam contribuir dentro de um contexto de um mundo “polarizado e multipolar”.

“A entrada de novos países tem que ser muito bem estudada. Precisa de países que possam contribuir. Ter uma conceção estratégica das admissões. Lembrar que o mundo vive dias guerras com potencial de escalarem para guerras mundiais. Então, o critério de admissão é mais importante do que o país em si”, afirmou Amorim à CNN Brasil sem citar o facto de o Brasil não reconhecer a reeleição de Nicolás Maduro na presidência da Venezuela cercada de suspeitas de fraude, depois de ter participado ativamente das negociações para que eleições presidenciais fossem realizadas no país vizinho.

 

CYR

By Impala News / Lusa

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