Rússia defende legitimidade do lançamento de mísseis pela Coreia do Norte

A Rússia defendeu hoje a legitimidade da Coreia do Norte de lançar mísseis balísticos no Mar do Japão para se defender da ameaça ocidental na península coreana.

Rússia defende legitimidade do lançamento de mísseis pela Coreia do Norte

“Vemos o lançamento destes mísseis balísticos como um meio absolutamente legal e legítimo”, disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo Mikhail Rudenko, citado pela agência EFE.

Segundo Rudenko, um dos nove vices do ministro Serguei Lavrov, trata-se de “uma resposta às crescentes ameaças contra a Coreia do Norte, contra toda a península coreana, devido à política dos Estados Unidos e dos seus aliados”.

A Rússia criticou no passado os lançamentos de mísseis balísticos pela Coreia do Norte.

Rudenko disse aos jornalistas em Moscovo que a Coreia do Norte não é obrigada a informar a Rússia dos lançamentos, uma vez que se trata de um país soberano.

O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul (JCS) e o Ministério da Defesa do Japão detetaram hoje lançamentos norte-coreanos, que ocorreram pouco antes do início das eleições presidenciais norte-americanas.

Pyongyang já tinha lançado um míssil balístico intercontinental (ICBM) na quinta-feira.

A Rússia e a Coreia do Norte têm incrementado as relações sobretudo depois da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022.

A Coreia do Sul, a Ucrânia e os Estados Unidos denunciaram nos últimos dias que Pyongyang enviou cerca de 10.000 soldados para a Rússia alegadamente para combaterem as forças ucranianas, nomeadamente na região russa de Kursk.

A Coreia do Norte e a Rússia não confirmaram explicitamente o destacamento norte-coreano, mas argumentaram que a sua cooperação militar está em conformidade com as leis internacionais.

Seul tem alertado para a possibilidade de a Rússia transferir tecnologia militar para a Coreia do Norte, incluindo de âmbito nuclear, como recompensa pelo envio de tropas para a guerra contra a Ucrânia.

Rudenko afirmou que o acordo de parceria estratégica global assinado pelos dois países “não prevê a criação de uma aliança militar e não representa uma ameaça para países terceiros”.

Segundo o vice-ministro, o acordo respeita o direito internacional, não é conflituoso e não altera a arquitetura de segurança no Nordeste da Ásia.

“A assinatura do acordo não é mais do que um passo conjunto de Moscovo e Pyongyang para repensar as abordagens para garantir a segurança no contexto de tendências político-militares alarmantes”, argumentou.

O diplomata russo aludiu ainda à visita da ministra dos Negócios Estrangeiros norte-coreana, Choe Son-hui, concluída hoje.

Referiu que as duas partes realizaram consultas estratégicas, tendo sido discutidas questões de segurança e económicas, incluindo “todas as questões decorrentes” do tratado de parceria, que inclui uma cláusula de assistência mútua em caso de agressão.

Rudenko negou ainda ter conhecimento de que a Rússia tencione aumentar o fornecimento de arroz à Coreia do Norte para 600.000-700.000 toneladas.

Choe iniciou a visita à Rússia em 29 de outubro.

PNG // APN

By Impala News / Lusa

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