Transações suspeitas nos casinos de Macau sobem quase um terço até setembro
O número de transações suspeitas registadas em casinos de Macau nos primeiros nove meses de 2024 subiu 30,2% em termos anuais, com as receitas de jogo na região chinesa em retoma após a pandemia.
O Gabinete de Informação Financeira (GIF) revelou que as seis operadoras de casinos em Macau submeteram, no total, 3.041 participações de transações suspeitas de branqueamento de capitais ou de financiamento do terrorismo, até ao final de setembro.
Num comunicado, o GIF sublinhou que, no mesmo período de 2023, tinha recebido 2.335 participações.
O gabinete aponta o aumento no número de participações de transações suspeitas submetidas pelo setor do jogo e por instituições financeiras como a principal razão para um aumento de 29,6% no número total de transações suspeitas.
Nos primeiros nove meses deste ano, o GIF recebeu 4.118 participações, sendo que 73,8% vieram das concessionárias de casinos, enquanto 20,5% vieram de bancos e seguradoras e 5,7% de outras instituições e entidades.
Os setores referenciados, incluindo lojas de penhores, joalharias, imobiliárias e casas de leilões, são obrigados a comunicar às autoridades qualquer transação igual ou superior a 500 mil patacas (cerca de 57 mil euros).
Nos primeiros nove meses de 2024, o setor do jogo em Macau arrecadou um total de quase 169,4 mil milhões de patacas (18,9 mil milhões de euros), mais 31,3% do que no mesmo período do ano passado.
Estes valores permanecem longe do registado antes da pandemia, em parte devido à quebra do chamado jogo VIP (grandes apostas), após a detenção, em novembro de 2021, do líder do maior angariador de apostas VIP do mundo.
O antigo diretor executivo da Suncity, Alvin Chau Cheok Wa, foi condenado em janeiro de 2023 a 18 anos de prisão por branqueamento de capitais, num caso que fez cair de 85 para 418 o número de licenças de promotores de jogo, conhecidos como ‘junkets’, emitidas em Macau.
Em março de 2022, um relatório anual do Departamento de Estado dos EUA disse que a detenção de Chau “põe em dúvida o futuro do negócio dos ‘junkets’ e das atividades ilícitas que eles muitas vezes facilitam”.
No entanto, no documento designou-se Macau como um dos principais pontos de branqueamento de capitais a nível mundial.
Segundo o relatório anual do GIF, Macau era o único membro do Grupo Ásia-Pacífico Contra o Branqueamento de Capitais que cumpria “todos os 40 padrões internacionais” sobre a prevenção da lavagem de dinheiro, do financiamento do terrorismo e da proliferação de armas de destruição em massa.
O GIF de Macau assinou acordos para a troca de informação com 33 países e territórios, incluindo a Unidade de Informação Financeira da Polícia Judiciária de Portugal, em 2008, a Unidade de Informação Financeira do Banco Central de Timor-Leste, em 2018, e, em 2019, o Conselho de Controlo de Atividades Financeiras do Brasil e a Unidade de Informação Financeira de Cabo Verde.
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By Impala News / Lusa
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